Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 12-10-2008

AO FUTURO PREFEITO
O atual prefeito sentiu na pele as conseqüências das más escolhas
AO FUTURO PREFEITO

Manoel Manhães [email protected]

O sucesso da administração pública romana, a tempo de Augusto deveu-se a alguns fatores de rara importância, mas os principais foram a qualidade. A qualidade dos senadores, dos ministros, de vida para o povo. Só homens de reconhecida capacidade foram convocados pelo grande imperador.

Quando assumiu o governo, todavia, Roma tinha uma grande inflação, desequilíbrio no orçamento público e havia saído de uma guerra civil. O célebre imperador teve que fazer reformas sérias para conseguir mudar o quadro de penúria em que a Nação ficara. Criou um Conselho de Estado feito de homens de rara sabedoria, ou seja, não fez com que sua idéia fosse a única a prevalecer e nem adotou a política de subornar senadores para obter aprovação de medidas, também, não permitiu que políticos profissionais ocupassem cargos ou indicassem apadrinhados ou asseclas. O que era sábio, o que convinha a Roma é o que se adotou. Foi assim que a imensa crise foi superada.

Tal prática, a de escolher "tecnicamente" a equipe, sempre deu certo, desde os mais remotos tempos. Não só deu, como dá e dará.

"Não é de pouca importância a um governante a capacidade de escolher os ministros – que são bons ou não de acordo com a sabedoria do governante. E o primeiro julgamento que se faz da mente de um senhor é observando os homens que estão à sua volta. Quando são capazes e fiéis, sempre se pode reputar sábio o governante, que os soube reconhecer capazes e fiéis. Mas, quando não o são, não é possível que se julgue bem o governante. Porque o primeiro erro que este comete está na escolha de quem o cerca" (Maquiavel, O Príncipe).

O atual prefeito sentiu na pele as conseqüências das más escolhas. O futuro prefeito, provavelmente, já está sendo impelido a cometer os mesmos equívocos, em se considerando a necessidade de agradar o leque de interesses que o apoiaram.

Por falar em interesse, Maquiavel ensinou que: "Os interesses pessoais rompem quaisquer laços de amizade". Ou seja, os que hoje se apresentam como amigos do prefeito eleito e que dizem querer o melhor pra cidade serão os primeiros a traí-lo assim que tiverem seus interesses pessoais contrariados.

Sugiro um bolão para dar nome aos bois, àqueles que atravancarão o sucesso do prefeito eleito e assim ajudá-lo a escolher melhor ou "menos pior". E que Deus nos abençoe!

    Fonte: O Autor
 
Por:  Manoel Manhães    |      Imprimir