Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 18-10-2008

Ele batia nela, diz comandante do Choque sobre seqüestrador
Polícia invadiu apartamento onde rapaz mantinha duas jovens.
Ele batia nela, diz comandante do Choque sobre seqüestrador
Foto:http://www.g1.com.br

O coronel Eduardo José Félix, comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, confirmou na manhã deste sábado (18) que Lindemberg Alves, de 22 anos, bateu na ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, durante as 100 horas que ele a manteve refém em um apartamento em Santo André, no ABC. Ele batia nela, disse durante entrevista coletiva.

Nayara Silva, de 15 anos, amiga da jovem, também foi mantida refém pelo rapaz. As duas acabaram baleadas e estão internadas no Centro Hospitalar do município. Eloá levou dois tiros, sendo um deles na cabeça, está em estado grave e corre risco de morte.

Em relação à decisão de colocar Nayara para participar da negociação, mesmo depois de ela ter sido libertada, o coronel diz que acredita no acerto dessa escolha. O coronel explicou que havia sido combinado que Nayara e a irmã de Eloá, que era muito amigo dele, iriam até um determinado ponto. Sem que as equipes esperassem, no entanto, a menina teria decidido seguir até a porta do apartamento. Ninguém esperava que ela entrasse novamente, afirmou.

Segundo o coronel, que comandou a operação em Santo André, a menina servia como fiel da balança no local, porque o seqüestrador e a ex-namorada não conseguiam conversar e brigavam constantemente. Neste momento, ele declarou que Lindemberg batia em Eloá.

Entre as agressões, segundo o coronel, houve chutes, tapas e puxões de cabelo, direcionados somente à ex-namorada. Nayara informou à polícia que, apesar disso, Eloá ainda discutia com Lindemberg e às vezes "até o provocava". Armado, ele encostava o revólver na cabeça da menina de vez em quando, ainda de acordo com informações do comandante da operação.

"O resultado ruim dessa ocorrência não foi produzida pela ação do Gate [Grupo de Ações Táticas Especiais]. Como se tratava de um rapaz de 22 anos que estava sofrendo de uma decepção amorosa por uma adolescente de 15 anos, a política foi a preservação da vida e a negociação", justificou o comandante.

O coronel afirmou que a negociação com o seqüestrador sempre foi muito difícil. "Ele queria provar que tinha domínio da situação. Queria provar para alguém que estava conseguindo movimentar todo aquele aparato policial", disse. Félix falou novamente que a idéia inicial não era invadir o apartamento. "A decisão não era de entrar, o fato nos pegou de surpresa", afirmou.
A invasão

Em entrevista concedida na sexta-feira (17), o coronel Eduardo José Félix, comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, disse que a invasão ocorreu após policiais que estavam no apartamento ao lado do cativeiro terem ouvido um disparo. PMs que estavam em posições estratégicas se aproximaram rapidamente da porta e a explodiram para ter acesso ao interior do apartamento. "Nós só invadimos porque houve disparo. Caso contrário, a gente não ia invadir", afirmou.

O coronel afirma que só após a invasão foi ouvido um segundo disparo, também realizado pelo seqüestrador. Enquanto os policiais entravam no local pela porta, agentes colocavam uma escada móvel para entrar no apartamento pela janela. Um policial invadiu o local com essa estratégia.

"A todo o momento nós tentamos preservar a vida, mas é uma ocorrência de risco. Da mesma forma que vocês estão aqui me questionando a respeito, vocês poderiam estar aplaudindo", disse o coronel tentado explicar para a impressa que a ação era passível de erros.

Após a invasão, a primeira pessoa a ser retirada do apartamento foi Nayara Silva, a amiga de Eloá que retornou ao local depois de ser libertada. Ela estava com o rosto sangrando, mas desceu as escadas caminhando, amparada por um policial. Ao chegar ao térreo, ela foi deitada no chão para ser imobilizada em uma maca.

O seqüestrador foi retirado do apartamento logo em seguida e levado para o corredor do prédio. A ex-namorada dele, Eloá Pimentel, foi retirada logo depois. A adolescente estava enrolada em um lençol e saiu carregada por um policial.

Um médico que estava de plantão acompanhou Eloá, mas a garota foi imediatamente levada em uma maca para a ambulância. Nesse momento, um carro da policia já estava posicionado na porta do condomínio com o porta-malas aberto. Lindemberg Alves foi colocado dentro do carro e levado para o 6º Distrito Policial de Santo André.

Eu colocaria meu filho no lugar da Nayara, afirmou. Segundo o coronel, apesar de ter apenas 15 anos, a menina tem uma cabeça muito boa, por isso a polícia acreditou que a ajuda dela seria necessária.

Ele batia nela, diz comandante do Choque sobre seqüestrador
Polícia invadiu apartamento onde rapaz mantinha duas jovens.
Eu colocaria meu filho no lugar da Nayara, afirmou coronel.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir