Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-10-2008

Orquídeas em Processo de Extinção no Espírito Santo
As mudas de orquídeas indesejadas são abandonadas ao sol para morrer ou para serem comidas pelo gado
Orquídeas em Processo de Extinção no Espírito Santo
Monte Agha. (Foto: Adriano Motta)

Restingas do Espírito Santo, uma área intocada até 5 ou 10 anos atrás, mas, infelizmente, foi descoberta por "orquidófilos" que a estão depredando pela coleta desenfreada, chegando a sair muitas vezes caminhões carregados de orquídeas. As mudas de orquídeas indesejadas são abandonadas ao sol para morrer ou para serem comidas pelo gado. Quem alerta é o orquidófilo Adriano Motta do orquidário Mata da Praia, em Marataízes.

A restinga do Espírito Santo tem cerca de 300m de largura e acompanha todo o litoral do Estado. É uma área rica em Cattleya guttata, vários epidendrum, principalmente o epidendrum denticulatum, Brassavola e Vanilla. Os seedlings de guttata crescem sobre o emaranhado da vegetação e as raízes seguem em direção da areia onde captam a umidade ali existente. Existe uma gama enorme de coloração de guttatas nessa área.

"A Cattleya guttata é a espécie representativa da restinga do Espírito Santo. Existem as guttatas de restingas e as de árvore. A Cattleya guttata de restinga floresce no final de fevereiro, já as de árvore florescem 2 meses depois" ressalta. Explica ainda que existe um híbrido natural entre a Cattleya guttata e a Brassavola que é a Brassocattleya fregona que foi batizada em homenagem a Jayr Fregona. Infelizmente este híbrido foi coletado impiedosamente até a completa extinção.

"Existe uma movimentação de algumas pessoas no sentido de tombar a restinga, mas é um processo difícil, pois estão dentro dos limites de fundos de fazenda e os fazendeiros geralmente são ou foram prefeitos das cidades onde ocorre a restinga e, portanto influentes o bastante para impedir o tombamento. Não bastassem os mateiros ainda existe o gado solto para pastar que devoram as orquídeas" denuncia. Relata que o problema mais recente foi a descoberta de petróleo na área. Em outras áreas do Espírito Santo, a vegetação foi dizimada para dar lugar a pasto e atualmente para o plantio de eucalipto pela indústria de papel.

A Laelia gloedeniana, nomeada em homenagem a Heitor Gloeden, é encontrada apenas em um Morro do Agha, em Itapemirim, antigamente, era abundante. Agora se encontra ameaçada sendo encontrada apenas em escarpas de difícil acesso. É uma planta de porte alto que cresce em uma camada de turfa depositada sobre a superfície da pedra.


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir