Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 06-11-2008

Pai de menina morta em Curitiba não acredita em crime ligado
Rachel Genofre, 9, tinha uma página na rede de relacionamentos Orkut. Pai afirma que ela só entrava na internet acompanhada da mãe ou dele.
Pai de menina morta em Curitiba não acredita em crime ligado
Foto: Marília Juste/G1

Marília Juste

O pai da menina Rachel Maria de Oliveira Lobo Genofre, de 9 anos, encontrada morta em uma mala, em Curitiba, afirmou durante o enterro da filha, nesta quinta-feira (6), que não acredita que o crime esteja ligado à internet e à rede de relacionamentos Orkut, onde a menina mantinha uma página. "Ela só entrava no Orkut comigo ou com a mãe", disse Michael Genofre.

Separado da mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo, o pai afirma que tinha um bom relacionamento com a ex-mulher e participava de perto da vida da filha. "Apesar de ser minha ex-esposa, era um relacionamento tranqüilo. Tínhamos um imenso carinho por nossa filha", afirmou.

Michael Genofre falou sobre a filha antes do enterro, ocorrido por volta das 10h30, no Cemitério Municipal Santa Cândida. "Minha filha era um amor. Era meu maior tesouro. Inteligentíssima, carinhosa. Não falava mal de ninguém. Ela tinha um amor por todas as coisas que era transbordante", afirmou.

O pai não acredita que a personalidade falante da filha tenha ajudado a abordagem do criminoso."Ela era muito desconfiada. Rachel só dava confiança para alguém depois que era apresentada pelos pais. O fato de ela ser comunicativa não é desculpa para uma pessoa fazer uma coisa dessas", declarou Genofre. "A Rachel já está em um lugar consideravelmente melhor que a gente."

Crime

O corpo de Rachel foi encontrado na madrugada de quarta-feira (5), dentro de uma mala abandonada, com sinais de violência sexual e estrangulamento. A criança estava desaparecida desde segunda-feira (3), quando saiu da escola, por volta de 17h30.

A polícia investiga o caso. O computador usado pela menina e um lençol encontrado junto ao corpo serão analisados.

Michael Genofre agradeceu o apoio de quem ajudou nas buscas pela menina enquanto ela estava desaparecida. E pediu que qualquer pessoa que saiba de alguma coisa, entre em contato imediatamente com a polícia. Genofre também pediu que pais orientem seus filhos a informar se notarem alguma coisa estranha nos arredores das escolas.

Ele também afirmou ter fé na justiça divina. "Tenho muita fé em Deus, na justiça celestial, que o que for para acontecer vai acontecer", disse o pai. "Peço que orem para encontrar essa pessoa. Se é que pode ser chamada de pessoa", afirmou.

Protesto

Os colegas de escola de Rachel levaram faixas de protesto para seu enterro e pediram um momento para convidar a todos para um protesto. Os jovens pretendem sair da frente do Instituto de Educação Erasmo Pilotto, na manhã de sexta-feira (7), e fazer uma caminhada pelas ruas de Curitiba.

"É uma caminhada de protesto contra esse crime, para gerar mobilização. Queremos que peguem o culpado", afirmou a colega de Rachel, Flávia Costa, de 12 anos, ao lado da mãe. "Queremos o apoio da comunidade e queremos Justiça".

Pai de menina morta em Curitiba não acredita em crime ligado à internet
Rachel Genofre, 9, tinha uma página na rede de relacionamentos Orkut.
Pai afirma que ela só entrava na internet acompanhada da mãe ou dele.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir