Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 17-11-2008

VENCER A CRISE DEMANDA TRABALHO E FÉ
A crise é o teste da inteligência. A luta instiga o nosso valor. Por que temer os desafios?
VENCER A CRISE DEMANDA TRABALHO E FÉ

Paiva Netto

A Agência Brasil, a respeito do G20, divulga que — "os ministros da área econômica e presidentes de bancos centrais das maiores economias do mundo reconheceram, em (...) 9/11, a necessidade de reformas profundas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial". Em nosso país, pelo que sabemos, até agora os assuntos estão sendo diariamente enfrentados, graças a Deus! Porém, nas mais diversas economias, de modo geral, ultrapassados conceitos urgem de fato ser revistos.

Jesus, em Seu Evangelho, consoante Lucas, 4:4, recordando o Deuteronômio de Moisés, adverte: "Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus". Igualmente ocorre na economia. Contudo, quantos dão a merecida importância ao ensinamento? A não ser quando a dor bate.

Por oportuno, reporto-me ao que proferi durante Prece ao Divino Estratego, em janeiro de 1991:

Grandes nações avantajaram-se nas horas de embate; os mais destacados caracteres revelaram-se nas ocasiões tempestuosas. A crise é o teste da inteligência. A luta instiga o nosso valor. Por que temer os desafios? É a maneira escolhida por Deus para premiar a nossa capacidade. E qualquer vitória no campo físico e espiritual exige sacrifício. Jesus sobrepujou a dolorosa crise da crucificação! E quando julgaram havê-Lo morto, ao erguer o Seu corpo dorido para escárnio da multidão em suspense, foi então que O glorificaram, colocando-O acima da craveira comum. E todos os povos, perante a História, puderam contemplá-Lo. Depois, houve a ressurreição. Como Fênix, ressurgiu da crise das cinzas da morte.

Valorizar o Capital de Deus

Seu exemplo de fé inspira-nos coragem, tendo em vista o panorama planetário, que suscita vigorosa criatividade para superar os óbices que pelo caminho aparecerem, mormente os econômico-financeiros. É inadiável valorizar o Capital de Deus, ou seja, a criatura humana e seu espírito eterno, molas propulsoras do progresso, o cerne da economia altruística, segundo escrevi, em 1987, na "Folha de S.Paulo". Por isso, achei muito adequada a declaração do presidente Lula em Roma, em 10 de novembro corrente: "A atual crise financeira constitui uma extraordinária oportunidade para que possamos refletir sobre os erros e para criar uma nova ordem mundial na qual o ser humano, o trabalhador, o desenvolvimento e a produção cultural, científica e tecnológica sejam o verdadeiro motivo da economia, e não a especulação financeira. (...) Acredito que os governantes devem entender que é preciso ouvir menos os analistas de mercado e mais os analistas das questões sociais, de desenvolvimento, aqueles que conhecem o ser humano".

O social vem pelo espiritual

E retorno a um ponto que considero indispensável termos sempre em pauta: a reforma do social vem pelo espiritual. Em 1983, no Programa Boa Vontade, exibido na época pela Band, fiz este comentário:

Muita gente pensa que Jesus seja uma ficção religiosa ou uma figura apenas a ser lembrada nos respeitáveis cultos das devoções cristãs. Todavia, vamos além. Estamos convictos de que o Sublime Taumaturgo deva ser constantemente perquirido, porque em Suas prédicas encontramos não só o lenitivo, mas a resposta para as indagações que nos afligem. É Ele quem diz: "Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie, pois estarei convosco, todos os dias, até ao fim do mundo".
Trata-se de uma promessa e tanto, sobre a qual precisamos meditar, pois há bastante que aprender com Ele.

Agradecimento

O veterano publicitário Ruy Nogueira endereçou-me carta que muito me honrou. Ele tece considerações a respeito do meu artigo "Martin Luther King, Barack Obama e protecionismo": "Estimado jornalista Paiva Netto, quanto ao texto seu, acerca da chegada de Barack Obama à Casa Branca, lembrando Luther King e outros fatos históricos que têm Obama como seu corolário, felicito-o pela linda peça.

"Permita-me lembrar de um fato histórico, também, que envolveu duas grandes mulheres, uma delas Marian Anderson, nossa cantora lírica preferida. Impedida de apresentar-se em um clube de madames da aristocracia yankee, a excepcional Eleanor Roosevelt, a mais notável primeira-dama norte-americana de todos os tempos, não se fez de rogada: levou Marian para cantar para milhares de pessoas nas escadarias do Lincoln Memorial, tendo a ela e seu marido, o grande Franklin Delano Roosevelt, como patronos e ouvintes.
"Nas mesmas escadarias, duas décadas depois, Luther King começaria a longa marcha que será finalizada em janeiro por Obama.

"Abração do seu admirador e amigo (leitor, nem preciso dizer...) de sempre."
Ruy, um abraço também para você, extensivo à sua prezada família.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
[email protected]

Fonte: O Autor
 
Por:  José de Paiva Netto     |      Imprimir