Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-11-2008

Piratas do Sirius Star pedem reforço de combatentes somalis
Piratas são capturados em Puntland, região auto-declarada autônoma da Somália
Piratas do Sirius Star pedem reforço de combatentes somalis
Foto: AP

MOGADÍSCIO, 21 Nov 2008 (AFP) - Pelo menos cem combatentes que apóiam os piratas somalis autores do seqüestro do superpetroleiro saudita Sirius Star se encontram no em Harardere ante o temor de que as forças antipirataria lancem uma operação para libertar a embarcação ancorada nesse pequeno porto.

"Os combatentes vieram da região de Gulgudud e Mudug" no centro da Somália, declarou Mohamed Awale, um morador de Harardere.

Os piratas somalis a bordo do superpetroleiro saudita Sirius Star exigiram nesta quinta-feira um resgate de 25 milhões de dólares a ser pago dentro de dez dias, desafiando abertamente a comunidade internacional que mobiliza cada vez mais navios de guerra ao longo da costa da Somália.

Segundo Martin Jensen, diretor da companhia Frontline, líder mundial do transporte de petróleo, recorrer a uma estratégia militar mais agressiva é a única solução para a escalada da pirataria nas costas somalis.

Jensen disse que a Frontline, que tem uma frota de 80 petroleiros, está planejando pedir a seus barcos que evitem as águas somalis no Oceano Índico e no Golfo de Aden, e passem pelo Cabo da Boa Esperança caso uma força internacional não seja mobilizada rapidamente.

Também enfatizou que a pirataria não é um problema que possa ser resolvido por apenas uma companhia.

O armador norueguês Odfjell afirmou ainda na segunda-feira que também optará pela rota de circula o Cabo da Boa Esperança, mais longa e mais cara, porém mais segura.

Outra grande companhia mundial de transporte de petróleo, a Neptune Orient Lines (NOL), com sede na Cidade de Cingapura, indicou que está acompanhando de perto a situação no Golfo de Aden, mas, por enquanto, não desviou seus navios.

Por outro lado, os países árabes do Mar Vermelho, reunidos na quinta-feira no Cairo, culparam a instabilidade na Somália pela recente onda de ataques de piratas na região, e se comprometeram a cooperar para combater este fenômeno.

Dirigentes sauditas, sudaneses, dos Emirados Árabes, djibutianos, jordanianos e do governo provisório da Somália participaram da reunião, presidida pelo Iêmen e pelo Egito.

No comunicado final, os participantes prometeram que a soberania da Somália será respeitada em caso de medidas contra a pirataria, sem entrar em detalhes sobre como os diferentes países pretendem acabar com os ataques.

No texto, eles expressaram "a preocupação dos países árabes do Mar Vermelho com o crescimento do fenômeno da pirataria".

"A pirataria ao largo do litoral somali é uma das conseqüências da deterioração da situação política, humanitária e da segurança na Somália", ressaltaram os participantes.

Segundo o comunicado, os Estados vão nomear comissões militares encarregadas de emitir recomendações sobre as diferentes formas de combater a pirataria.

Uma das opções é "monitorar os piratas e impedi-los de entrar no Mar Vermelho", diz o texto.

Os Estados árabes ainda destacaram que apoiarão as operações internacionais contra a pirataria, "desde que elas sejam conforme ao direito internacional e respeitem a soberania dos países, tanto de seus territórios como de suas águas".

Piratas somalis seqüestraram o Sirius Star, de 330 metros de comprimento e carregado com 300.000 toneladas de petróleo, e exigiram 25 milhões de dólares para libertar o navio e seus 25 tripulantes.

O valor da carga de petróleo transportada pelo Sirius Star é de cerca de 100 milhões de dólares.

Piratas do Sirius Star pedem reforço de combatentes somalis.

Piratas são capturados em Puntland, região auto-declarada autônoma da Somália. Pelo menos cem combatentes que apóiam os piratas somalis autores do seqüestro do superpetroleiro saudita Sirius Star se encontram em Harardere devido ao temor de que as forças antipirataria lancem uma operação para libertar a embarcação ancorada nesse pequeno porto.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir