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ENTRE BELÉM E NAZARÉ
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A Igreja Católica está celebrando o Tempo do Natal, que se iniciou na noite do dia 24 de dezembro Juliano Ribeiro Almeida A Igreja Católica está celebrando o Tempo do Natal, que se iniciou na noite do dia 24 de dezembro, quando celebramos o nascimento de Jesus (cuja solenidade dura 8 dias inteiros), passará pela Epifania, quando lembramos o encontro dos magos do oriente com o menino Jesus (dessa vez a 4 de janeiro) e terminará na festa do Batismo de Jesus, que nesse novo ano vai cair no dia 11 de janeiro. Os cristãos desejam-se "feliz natal", dão-se presentes e cartões, enfeitam tudo com árvores e presépios não somente no dia 25 de dezembro, mas durante todo este período. O Tempo do Natal é uma festa importante porque faz memória da maior parte da vida de Jesus Cristo: o seu nascimento da Virgem Maria em Belém da Judéia, a sua excursão pelo Egito fugindo do massacre do rei Herodes, o seu estabelecimento em Nazaré da Galiléia, o seu desenvolvimento como pessoa, sua adolescência e juventude, o fato de ter herdado a profissão do pai legal e se tornado carpinteiro, até ao dia em que, por volta dos 30 anos de idade, Jesus se faz batizar por João no rio Jordão e entende por iniciado o seu ministério. Geralmente, quando ouvimos Jesus Cristo ser anunciado em muitas pregações, corremos o risco de considerá-lo quase um herói aos moldes de Hollywood, alguém que não tem história e que simplesmente começou do nada a fazer milagres, como que sendo possuído por uma força que passou a operar nele. Os evangelhos, ao contrário, apesar de não se debruçarem sobre os anos do crescimento de Jesus em Nazaré, por falta de informações e certamente também por não acharem necessário, apresentam um Jesus profundamente enraizado na história de um povo e de uma família. Jesus não vem pronto do céu. Ele, como todo ser humano, é em parte herança genética (ou seja, é verdadeiramente filho biológico de Maria, além de ser o Filho Eterno de Deus Pai que se fez homem), em parte o que ele mesmo foi decidindo ser em sua liberdade (o fato de ser a encarnação de Deus Filho não eliminou sua vontade humana), e em parte fruto do meio em que viveu (influenciado por uma cultura, por um século específico, pela religião que professou e pela formação que teve). Este tempo litúrgico do Natal tem o objetivo de celebrar todo o processo pelo qual o Pai manifestou ao mundo o seu Filho, que estava escondido nele desde sempre: o fato de Jesus ter sido dado à luz, exposto aos pastores e magos, consagrado como primogênito no Templo, iniciado como judeu aos 12 anos e batizado no rio Jordão, todos esses momentos fortes da história pessoal de Jesus vão revelando essa grande personagem. E nada se sabe sobre sua vida em Nazaré dos 12 aos 30 anos de idade. São 18 anos de intimidade familiar, vida comum, cotidiano, rotina. Mas é justamente aí que foi se forjando o homem mais importante que já existiu, o que dividiu a história da humanidade em antes e depois de si. Juliano Ribeiro Almeida, 28 anos, é padre católico e reside em Itapemirim. [email protected] Fonte: O Autor
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| Por: Juliano Ribeiro Almeida | Imprimir |
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