Categoria Policia  Noticia Atualizada em 28-12-2008

Cassinos clandestinos funcionam dentro de lan houses
Criminosos adaptaram os ca�a-n�queis aos computadores.
Cassinos clandestinos funcionam dentro de lan houses

A m�fia dos ca�a-n�queis avan�a sobre a internet. A explora��o ilegal do jogo agora acontece tamb�m nas lan houses, lojas que oferecem acesso barato � rede. Assim como nos ca�a-n�queis comuns, nessa nova vers�o do golpe � poss�vel manipular resultados e o apostador perde sempre.

Do lado de fora, parece uma lan house como outra qualquer, mas poucas pessoas conseguem entrar. Os �nicos com passagem liberada s�o apostadores que v�o ao local para jogar em ca�a-n�queis.

Acompanhados por um deles, a reportagem voltou ao local com uma c�mera escondida.

Rep�rter: A senhora sempre vem aqui?
Apostadora: Bastante vezes.
Rep�rter: A maioria das vezes perde ou ganha?
Apostadora: S� perde.
Rep�rter: H�?
Apostadora: S� perde.

Em um an�ncio na internet, um homem de Belo Horizonte oferece o programa usado nas lan houses de fachada. Por telefone, ele explica que � poss�vel reter o total dos valores apostados e enganar os clientes, n�o pagando um centavo de premia��o.

Golpista: Voc� pode configurar a reten��o individualmente para cada terminal e para cada jogo.
Rep�rter: De quanto a quanto que d� para reter assim?
Golpista: Olha, pode reter de 20 a 80%.
Rep�rter: Ah, tem um leque grande, n�?
Golpista: Sim, pode reter at� 100%, at� 99% pode reter.

Os programas tamb�m podem ser encontrados nas ruas. Em uma rua de S�o Paulo, eles s�o vendidos livremente.

Ambulante: Dentro dele tem as instru��es, como fazer.
Rep�rter: Para instalar?
Ambulante: Isso, para instalar.
Rep�rter: Esse aqui � o mesmo jogo que encontra em loja?
Ambulante: N�o, isso n�o acha nunca, isso � ilegal.
Rep�rter: H�?
Ambulante: � ilegal, isso n�o acha n�o.

Os programas s�o baixados de sites estrangeiros e n�o s�o instalados no computador. Ficam em um pen drive - um dispositivo de armazenamento de informa��es - sempre ligado na m�quina. Se a pol�cia chegar, basta retirar o pen drive e os jogos desaparecem.

� o que explica um golpista de Salvador, que at� fez um v�deo para vender a novidade. "Ele vai tirar o pen drive e os jogos v�o todos se fechar, como voc� pode ver. Est� tudo fechado, fica tudo fechadinho, bonitinho. E os cr�ditos, quando botar de novo, v�o continuar. Voc� pode ver, aqui est� o servidor, fecha o sistema tamb�m, n�o fica nada na m�quina", diz no v�deo.

� assim que o dono de uma dessas casas consegue tranq�ilidade para tocar o neg�cio na capital ga�cha.

Rep�rter: Se acontece de a pol�cia fazer uma opera��o?
Funcion�rio: E a� que a gente derruba o sistema todo, n�o pega nada. N�o pega. Ele vai levar uns 20 segundos para desligar tudo. Voc� precisa de 20 segundos. O que funciona aqui? Ah, isso aqui � uma lan house.

Policiais envolvidos
O esquema n�o depende apenas da tecnologia, inclui corrup��o. Nesta falsa lan house, um funcion�rio afirma que policiais d�o cobertura.

"A contraven��o � s� apenas a ponta do iceberg de uma criminalidade muito maior que envolve lavagem de dinheiro, envolve corrup��o, envolve uma s�rie de crimes. � importante que a sociedade tenha consci�ncia que s�o grupos articulados. Inclusive quando tem esses provedores em outro pa�s significa que h� uma interliga��o, uma interlocu��o entre esses grupos locais e esses grupos de outros pa�ses. Isso significa organiza��o criminosa", afirma o promotor federal Gerson Daiello.

Fam�lias destru�das
Organiza��o criminosa que este homem conhece muito bem. Ele vive um drama familiar. A mulher dele � uma jogadora compulsiva e passa horas em falsas lan houses.

"H� dias que ela perde R$ 300. A aposentadoria dela vai toda por �gua abaixo, vai tudo nas m�quinas, empr�stimos. Hoje, ela deve mais de R$ 12 mil nesses empr�stimos consignados em fun��o de jogo", afirmou o marido, que n�o quis se identificar.

"Tem tamb�m o aspecto da conviv�ncia, que se tornou um inferno. Essa noite mesmo chegou em casa �s 3h. Eu j� fiz quest�o de lev�-la ao profissional, indiquei, mas ela se nega, acha que n�o � doente, que doente sou eu", diz.

Criminosos adaptaram os ca�a-n�queis aos computadores.

Fonte:

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Por:  Gabriel Tanure Sad    |      Imprimir