Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 29-12-2008

Cresce pressão mundial por cessar-fogo na Faixa de Gaza
Porta-voz da Casa Branca pede fim de disparos de foguetes do Hamas; ONU quer que dois lados parem ataques
Cresce pressão mundial por cessar-fogo na Faixa de Gaza
Foto: http://www.estadao.com.br

NOVA YORK - No terceiro dia de ataques de Israel contra a Faixa de Gaza, cresce a pressão internacional por um cessar-fogo. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, defendeu o fim das hostilidades. O governo dos Estados Unidos pediu ao grupo radical islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, o fim dos ataques com foguetes a Israel, que detonaram a ofensiva aérea do Estado Judeu contra o território palestino. Um porta-voz da Casa Branca disseque o Hamas deve parar as agressões e aceitar um cessar-fogo durável.

"Com o objetivo de deter a violência, o Hamas deve parar com o disparo de foguetes dentro de Israel e deve concordar em respeitar um cessar-fogo durável e sustentável", disse o porta-voz da Casa Branca Gordon Johndroe. "Esse é o objetivo que todas as partes deve estar empenhadas. É nisso que os Estados Unidos estão trabalhando."

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se uniu hoje ao apelo do Conselho de Segurança (CS) para o fim imediato de todo ato de violência e atividades militares em Gaza. Ban também pediu a Israel que permita chegar a ajuda humanitária à região.

O gabinete do presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou que o líder europeu tem mantido conversas constantes com seu colega egípcio, Hosni Mubarak, sobre a crise. O Palácio do Eliseu confirmou também que a ministra das relações exteriores de Israel, Tzipi Livni, deve se encontrar com Sarkozy em Paris no começo de 2009.

Reação no mundo árabe

Os ataques de Israel contra o grupo islâmico Hamas causaram revolta no mundo árabe. O negociador palestino Ahmed Qureia, responsável pelas conversações sobre paz com Israel, afirmou que os Estados Unidos suspenderam a negociação durante a ofensiva israelense em Gaza, afirmou o jornal israelense Haaretz. "Não há negociação durante os ataques contra nós", afirmou Qureia.

As negociações indiretas de um processo de paz entre a Síria e o governo israelense também foram suspensas. "A agressão de Israel fecha todas as portas para um acordo na região", afirmou um funcionário do governo sírio que não quis se identificar.

A declaração foi feita um dia depois de a Turquia - que estava mediando as conversações de paz - condenar os ataques em Gaza. Segundo o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, Israel usou uma "força desproporcional" no território e a ação foi um "crime contra a humanidade".

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, criticou Israel pela ofensiva e o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, emitiu um decreto religioso para que todos os muçulmanos em todas as partes do mundo defenderem os palestinos em Gaza. "Todos os combatentes palestinos e todos os devotos do mundo islâmico estão obrigados a defender as mulheres, crianças e pessoas indefesas em Gaza de todas as formas possíveis", afirmou Khamenei.

Europa

A União Européia condenou os ataques e o chanceler britânico, David Miliband, pediu um fim imediato para a violência na região. O governo da Rússia também pediu que Israel pare de atacar Gaza. O Conselho de Segurança da ONU e o Vaticano também condenaram os ataques. A Liga Árabe convocou para quarta-feira uma reunião de emergência para discutir a situação.

América Latina

O Itamaraty repudiou os ataques e criticou a "reação desproporcional" de Israel no ataque realizado contra a Faixa de Gaza. A diplomacia brasileira pediu o fim da violência na região. "A escalada da violência na região após o fim do cessar-fogo entre Israel e Hamas atinge especialmente a população civil e prejudica os esforços em favor de uma solução negociada e pacífica para o conflito israelo-palestino. O Brasil deplora a reação desproporcional israelense, bem como o lançamento de foguetes contra o sul de Israel", apontou o Itamaraty em nota oficial.

Outros governos da América Latina também rejeitaram a violência que tomou conta de Gaza. No Chile, mais de cem manifestantes reuniram-se na frente da Embaixada de Israel em Santiago para protestar contra a ofensiva. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, manifestou sua "profunda indignação" pelo ocorrido e criticou os EUA por terem sido "cúmplices" de Israel nos ataques.

Cresce pressão mundial por cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Porta-voz da Casa Branca pede fim de disparos de foguetes do Hamas; ONU quer que dois lados parem ataques.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir