Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 07-01-2009

AO PREFEITO ELEITO
Após as eleições escrevi que o novo prefeito deveria extirpar da prefeitura todos aqueles que...
AO PREFEITO ELEITO

Manoel Manhães [email protected]

Após as eleições escrevi que o novo prefeito deveria extirpar da prefeitura todos aqueles que, como "inimigos" ("células cancerosas"), poderiam lhe prejudicar em sua administração, hoje falo dos "amigos" e me vem à mente a frase de Voltaire: "Senhor, proteja-me dos meus amigos; que dos meus inimigos, cuido eu".

"Como o caráter e a inteligência raramente estão reunidos na mesma pessoa, convém que nos resignemos a escolher os nossos amigos pelo caráter e nossas relações pela inteligência" Gustave Lebonn.

Dia desses estive na Secretaria de Saúde e vi dezenas de pessoas chegando com bilhetinhos de "importante autoridade eleita" que, supostamente, lhes garantiriam uma vaga de trabalho.

O novo prefeito tem de tomar o cuidado de não inchar a folha de pagamento, o que inviabilizaria mais investimentos em áreas carentes (saúde e educação) e não contratar pessoas que se sobreponham aos concursados que aguardam na fila.

Antevejo aí uma próxima crise. Comparo a crise que se avizinha com uma metástase, quando o paciente que sofre de câncer em um órgão descobre que há ramificações da doença pelo corpo. Está perto do diagnóstico correto, mas, não sabe o tipo de câncer. O nome é "loteamento de cargos".

Começa em um órgão e vai se alastrando. Quando o prefeito descobrir, já é tarde, "tá tudo dominado", e ele pode ser alijado do processo. Nunca é demais repetir Maquiavel: "Os interesses pessoais rompem quaisquer laços de aliança".

Assim Sr. prefeito torcendo para que sua administração dê certo deixo como alerta o Discurso de Cícero, tribuno romano, 42 a.C.: "Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade às suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe."

Boa sorte.
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    Fonte: O Autor
 
Por:  Manoel Manhães    |      Imprimir