Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 21-01-2009

Demolição da Renascer deve começar na sexta-feira
Advogado Roberto Ribeiro, contratado pela Igreja Renascer.
Demolição da Renascer deve começar na sexta-feira
Foto: Paulo Toledo Piza/G1

Paulo Toledo Piza

As obras de demolição da sede mundial da Igreja Renascer em Cristo, no Cambuci, em São Paulo, poderão começar nesta sexta-feira (23), segundo o Ministério Público. A promotora de Habitação e Urbanismo Mabel Tucunduva, que acompanha o caso, afirmou nesta quarta (21) que a remoção dos muros que restaram do prédio depende apenas de autorização de órgãos como a Defesa Civil e a Subprefeitura da Sé.

No domingo (18), o teto do edifício caiu durante um intervalo entre os cultos, deixando nove mortos e mais de cem feridos. A necessidade desse aval se deve ao trabalho de demolição, que, apesar de "não ser muito complexo", conforme a promotora, demanda certo cuidado. "A grande preocupação é dos vizinhos voltem de uma forma segura e que o bairro não seja afetado pela demolição", disse.

Caso seja autorizado, na sexta-feira equipes de uma empresa contratada pela Renascer colocarão um guindaste no estacionamento para içar um homem para demolir aos poucos o muro. "Não temos uma previsão de quando [as obras] acabarão", afirmou Mabel, acrescentando que algumas edículas de casas vizinhas ao templo correm risco de ruir.

Questionada a respeito do amianto, material presente nos escombros e que é prejudicial à saúde, ela ressaltou que as autoridades ambientais poderão intervir na demolição. "Temos autoridades preocupadas com isso [o amianto]. Se apresentar algum risco, isso será valorizado."
Plano de demolição

O advogado da Igreja Renascer em Cristo, Roberto Ribeiro, chegou à sede do Ministério Público, no Centro de São Paulo, às 15h20 desta quarta-feira (21) com o plano de demolição do templo. A igreja tinha prazo até as 15h para entregar o documento.

Esse plano era uma exigência do MP, uma vez que o desabamento comprometeu as estruturas que restaram do prédio e há o risco de as paredes caírem sobre os imóveis vizinhos. Nove casas estão interditadas. O advogado foi ao MP acompanhado de um representante da empresa de demolição para a reunião com a promotora. O subprefeito da Sé, Amauri Pastorelo, contou também ter ido para acompanhar a audiência.

Preservando provas

Pastorelo ressaltou a importância de um trabalho bem feito para que se preservem as provas. "A demolição não pode apagar as evidências". Pastorelo explicou ainda que o plano passará pelo crivo do Instituto de Criminalística. A demolição é necessária para que a perícia retome os trabalhos no local e investigue as causas do acidente.

Na terça-feira (20), peritos e consultores contratados pela Renascer estiveram no local para avaliar com será feita a demolição. Enquanto isso não acontece, os vizinhos temem novos desmoronamentos.

Demolição da Renascer deve começar na sexta-feira.
Remoção de muros depende apenas de autorização da prefeitura.
Segundo promotora, mesmo sendo simples, trabalho demanda cuidado.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir