Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-02-2009

Brasileira teria criado farsa para receber indenização
Pressão. Paula Oliveira teria sido pressionada e admitiu a farsa, que não teve participação do noivo
Brasileira teria criado farsa para receber indenização
Foto: reprodução/site G1

O Ministério Público de Zurique afirmou ontem que a pernambucana Paula Oliveira, 26, que diz ter sofrido um aborto após ser atacada por três skinheads nos arredores de Zurique, confessou ter mentido sobre as agressões que sofreu e também sobre a gravidez. O depoimento foi colhido no dia 13 deste mês.

O jornal suíço "Weltwoche" havia revelado, na última quarta, que a jovem teria confessado a farsa à polícia. A rede de TV Telezurich reiterou a história. De acordo com o jornal, a polícia especula que o objetivo de Paula seria processar o Estado por causa da agressão para obter uma indenização que poderia chegar a R$ 200 mil.

Já o periódico suíço "Tages Anzeiger" diz que a brasileira teria inventado a gravidez para forçar o noivo Marco Trepp a se casar com ela e, assim, conseguir o visto de permanência no país. De acordo com a reportagem, o visto de permanência de Paula, que permite a ela trabalhar no escritório em Zurique da multinacional dinamarquesa Maersk, acaba no final deste ano. Sem o visto, ela precisaria deixar o país. O jornal também afirma que Paula falou a colegas de trabalho que seu marido, de nome François, morreu no acidente da TAM em 2007 em São Paulo. Não há nenhuma vítima com esse nome na lista de passageiros.

Segundo o "Weltwoche", Paula foi pressionada pela polícia e pelos médicos-legistas e acabou confessando a farsa. Ela teria planejado o ato, comprado uma faca de cozinha na popular loja Ikea e levado ao trabalho na segunda-feira da semana passada. Na volta, teria entrado no banheiro da estação de Dubendorf e se cortado, simulando o ataque. Ela teria tentado convencer a polícia de que fez testes de gravidez com material de supermercado e até um ultrassom, mas as fotos teriam sumido, assim como o telefone da médica. Segundo a imprensa, Paula teria afirmado que fez tudo sozinha.

Articulação
Facilitador. O Itamaraty vai atuar como facilitador no caso. Assim, o governo serve como tradutor, agiliza a comunicação com os familiares, articula o contato com autoridades, monitora o processo.

Indignação entre imigrantes
São Paulo. Muitos brasileiros na Suíça estão indignados com a reviravolta no caso de Paula e temem que isso contribua para uma má imagem do Brasil e dos imigrantes. Segundo o consulado, só na região da Suíça de língua alemã, há 40 mil brasileiros que, até agora, eram bem vistos pelos suíços, ao contrário de imigrantes do Kosovo, por exemplo.

"A gente fica com uma imagem esquisita, as pessoas deixam de confiar na gente", disse a carioca Eliana Baptista,51, casada com um suíço.

Brasileira teria criado farsa para receber indenização.
Ministério Público de Zurique confirma que jovem teria confessado mentira.




 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir