Categoria Economia  Noticia Atualizada em 10-03-2009

IBGE: impacto da crise será avaliado em prazo maior
Impacto da crise no Brasil no 4º trimestre "foi forte". Mas, IBGE descarta análises de longo prazo
IBGE: impacto da crise será avaliado em prazo maior
Foto: http://www.grzero.com.br

Jacqueline Farid e Adriana Chiarini, da Agência Estado

RIO - A forte retração da economia no último trimestre de 2008 não mostra uma tendência para os próximos meses. A opinião é do coordenador de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto. Segundo ele, o impacto da crise internacional na economia brasileira no quarto trimestre do ano passado "foi forte, com desaceleração importante e todas as atividades foram afetadas". No entanto, ele ressaltou que, para uma noção mais clara do efeito da crise na economia do País, será preciso mais tempo. "É preciso esperar um tempo, o momento econômico atual é completamente atípico, é um momento fora de qualquer padrão", observou.

A queda no crescimento da economia brasileira foi maior do que o esperado no quarto trimestre de 2008, período em que a crise se acentuou no País. De acordo com dados do IBGE, divulgados nesta terça-feira, 10, o Produto Interno Bruto (PIB) do período caiu 3,6%, ante o terceiro trimestre de 2008. A estimativa era de uma retração entre 1,60% e 3,50%. Trata-se da maior queda trimestral apurada pelo IBGE, desde o início da série histórica em 1996.

A gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, disse que os resultados do quarto trimestre de 2008 ante o terceiro trimestre do mesmo ano são eficientes para mostrar o movimento que ocorreu "na ponta da série" da economia, mas não devem ser utilizados para análises temporais de mais longo prazo.

No entanto, ela admitiu que a queda de 3,6% no PIB no período interrompe uma sequência de 12 resultados positivos ante trimestre imediatamente anterior. "Houve uma ruptura, mas não se sabe se é uma tendência ou não", explicou a gerente.

Segundo Rebeca, a desaceleração da economia no final do ano fica clara no resultado acumulado, que chegou a 6,4% nos três primeiros trimestres e perdeu ritmo para um fechamento anual de 5,1% em 2008. Outro exemplo citado por ela foi a diferença nos resultados trimestrais, comparativamente a iguais trimestres do ano anterior, apurados no terceiro trimestre (quando a expansão foi de 6,8%) e o quarto trimestre (1,3%).

"Todos os setores tiveram diminuição da taxa de crescimento, todos foram afetados de alguma forma pela crise, especialmente a indústria", afirmou. Ela observou ainda que os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) também foram muito prejudicados pelo mau desempenho da indústria e, ainda, pela forte desaceleração na importação de máquinas e equipamentos no quarto trimestre.

IBGE: impacto da crise será avaliado em prazo maior.
Impacto da crise no Brasil no 4º trimestre "foi forte". Mas, IBGE descarta análises de longo prazo.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir