Categoria Economia  Noticia Atualizada em 10-03-2009

Lula defende nova ordem econômica centrada nas pessoas

Lula diz que "ninguém se atreve a prever hoje qual será o capitalismo do futuro".


Lula defende nova ordem econômica centrada nas pessoas
Foto: Midiacon


Londres, 10 mar (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende, em artigo de opinião publicado hoje no jornal britânico "Financial Times", uma nova ordem econômica, livre de dogmas e centrada no bem-estar das pessoas.

"Não estou preocupado com o nome que se dê à ordem econômica e social que surja após a crise, enquanto sua inquietação for os seres humanos", escreve Lula, que expressa seu desejo de "um mundo livre dos dogmas econômicos que invadiram o pensamento de muitos e que se apresentaram como verdades absolutas".

O presidente expõe os bons resultados econômicos do Brasil desde que chegou à Presidência, em 2002, e os coloca como exemplo de que "as políticas anticíclicas não devem ser adotadas só quando chega uma crise: aplicadas por antecipação - como foram no Brasil - podem garantir uma sociedade mais justa e democrática".

Lula diz que "ninguém se atreve a prever hoje qual será o capitalismo do futuro" e defende uma sociedade "que recompense a produção, e não a especulação", e na qual "a função do setor financeiro seja estimular a atividade produtiva".

Por isso, defende que os mercados financeiros "sejam objeto de controles rigorosos, nacionais e internacionais, por parte de organizações sérias e representativas".

Lula destaca a conveniência de relações comerciais livres "do protecionismo, que está oferecendo perigosos sinais de intensificação", e que os organismos multilaterais apliquem "programas de apoio para as economias pobres e emergentes, com o objetivo de reduzir os desequilíbrios que marcam o mundo hoje".

Além disso, argumenta o presidente, há "as novas políticas energéticas, a reforma dos sistemas de produção e as pautas de consumo que garantam a sobrevivência de um planeta ameaçado hoje pelo aquecimento global".

Lula começa o artigo, intitulado "O futuro dos seres humanos é o que importa", afirmando que o capitalismo nunca foi para ele "um conceito abstrato", mas "uma parte real e concreta da vida diária" com a qual teve contato desde muito criança, quando sua família foi para São Paulo.

Lula repassa sua trajetória de vida e política, e afirma que, quando chegou à Presidência, após perder quatro eleições, teve que lidar "com sérios problemas estruturais e, sobretudo, com uma herança de desigualdades muito arraigadas".

"A maioria de nossos governantes, inclusive aqueles que promulgaram reformas no passado, governou para poucos. Preocuparam-se com eles mesmos em um Brasil no qual só um terço da população importava", escreve o presidente.

Mas, nos últimos seis anos, afirma, o Governo Lula conseguiu romper "os mitos" que existiam sobre a economia brasileira, como que não poderia crescer e distribuir a riqueza, que teria que escolher entre o mercado interno ou o externo, ou que estaria condenada ao isolamento se não aceitasse "os imperativos da economia global".

Lula comemora que esses mitos tenham sido superados e que se tenha feito com estabilidade econômica, inclusão de dezenas de milhões de pessoas como consumidores, superação da barreira da pobreza para 40 milhões de pessoas, democratização do acesso ao crédito e criação de 10 milhões de postos de trabalho. EFE



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Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir