"Deus, onde estás?", diz o cartaz no memorial improvisado em frente à escola Albertville, em Winnenden, sul da Alemanha, onde a jovem acende uma vela
Foto: AFP WINNENDEN, Alemanha, 12 Mar 2009 (AFP) - As bandeiras foram hasteadas a meio pau nesta quinta-feira e a Alemanha tentava compreender as razões que levaram um adolescente a matar 15 pessoas na quarta-feira em Winnenden, sudoeste do país, antes de morrer em um tiroteio com a polícia depois de uma perseguição cinematográfica e violenta.
Na pitoresca cidade de Winnenden, a 20 km de Suttgart, os habitantes acenderam velas e depositaram flores diante do colégio que foi cenário do massacre, que tem as janelas repletas de marcas de tiros.
Tim Kretschmer, um ex-aluno de 17 anos, invadiu o centro de ensino na manhã de quarta-feira e matou nove estudantes, oito delas mulheres, e três professores, com uma pistola Beretta que recarregava de modo incessante. Durante a fuga matou mais três pessoas, antes de cometer suicídio após uma troca de tiros com a polícia.
Na quarta-feira à noite mais de 1.000 pessoas participaram em uma missa na igreja local, ao mesmo tempo que uma equipe de psicólogos chegava à cidade para ajudar os moradores traumatizados.
A primeira página do jornal local, o Winnender Zeitung, tem apenas uma pergunta: "Por quê?".
O mesmo questionamento é feito por todos os habitantes desta próspera cidade de 27.000 habitantes, em uma região de pleno emprego, conhecida pela dedicação ao trabalho, ordem e limpeza.
A polícia analisa se o pai do assassino deve ser indiciado. Ele possuía mais de 15 armas, todas legalmente registradas. Com exceçãod e uma, todas as demais estavam trancadas.
No entanto, a arma do crimen e as munições estavam ao alcance do jovem que, segundo a imprensa, começou a praticar no clube de tiro do pai.
Os investigadores também confiscaram o computador do assassino.
"Examinamos o computador e encontramos jogos eletrônicos típicos deste tipo de louco, incluindo o jogo Counter-strike", afirmou Ralf Michelfelder, uma das principais autoridades da polícia local.
A polícia alemã deve apresentar ainda nesta quinta-feira os primeiros elementos sobre as motivações do jovem.
Tim Kretschmer era filho de uma família próspera. O pai dele dirige uma empresa de 150 funcionários. Os pais e a irmã do assassino foram levado para um local secreto, segundo os canais de televisão.
O ministro do Interior do estado de Baden-Wurtemberg, Heribert Rech, afirmou na quarta-feira que nada nos antecedentes do jovem permitia prever o ato.
O adolescente era introvertido. "Ele não era aceito e passava o dia sentado diante do computador", afirmou um de seus colegas, identificado apenas como Mario, ao canal de televisão N24.
Os investigadores não descartam ainda que o adolescente tivesse problemas com as mulheres, já que quase todas as vítimas na escola foram garotas.
"Kretschmer destruiu a alma de uma escola e arrancou o coração de uma cidade", afirmou o ministro Rech. A chanceler Angela Merkel decretou "um dia de luto para toda Alemanha".
Luto e dúvidas na Alemanha após matança em colégio.
"Deus, onde estás?", diz o cartaz no memorial improvisado em frente à escola Albertville, em Winnenden, sul da Alemanha, onde a jovem acende uma vela.
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