Amorim: EUA e UE devem ser motores de reativação contra crise
Foto: Radar64 BRUXELAS (AFP) — O chanceler Celso Amorim afirmou, neste sábado, em Bruxelas, que Estados Unidos e União Europeia (UE) são os que devem fazer mais esforços de reativação para enfrentar a recessão mundial, devido a sua "responsabilidade" na atual crise econômica.
Ao iniciar em Bruxelas uma viagem de cinco dias, que também o levará à Holanda e ao Cabo Verde, Amorim também defendeu a conclusão da Rodada de Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC), como a melhor maneira de acabar com essas tentações protecionistas provocadas pela crise.
"Entendemos que o mundo precisa de uma reativação, mas se essa reativação for acompanhada por medidas protecionistas, em vez de ser positiva é negativa", disse Amorim, em um debate sobre "multilateralismo econômico", no Brussels Forum.
"O estímulo deve ser proporcional à responsabilidade que cada país tem nessa crise. Não se pode pedir à Turquia, ao Brasil, ou à Índia que tenham a mesma responsabilidade que os Estados Unidos e a Europa", argumentou o ministro.
"Sabemos que a Europa tem outros problemas vinculados ao Leste da Europa e, talvez, outras questões, mas creio que a Europa também deva fazer um esforço em termos de reativação", completou, insistindo na necessidade de se evitar medidas protecionistas que tornem "negativo" esse impulso econômico.
Em sua cúpula de quinta e sexta, a UE rejeitou a pressão americana de injetar mais fundos públicos na recessão, tentando se mostrar unida para reformar o sistema financeiro mundial, no encontro do G-20, 2 de abril, em Londres.
Nesse sentido e também de olho nessa cúpula do G-20, Amorim destacou "a urgência" de que se concretizem as medidas econômicas e as reformas do sistema financeiro mundial que estão sendo discutidas pelas potências industrializadas e emergentes.
"Quero ressaltar a urgência dessas medidas e essas reformas. Não podemos ficar falando disso por muito tempo", frisou,
Amorim explicou ainda que o maior problema provocado pela crise para os países em desenvolvimento é "a escassez de crédito" e pediu uma melhoria nas condições de acesso a empréstimos.
"Melhorar as condições de acesso ao crédito, não apenas no nível interno, mas também no nível do comércio internacional e para os países em desenvolvimento, certamente vai ajudar", completou.
Amorim: EUA e UE devem ser motores de reativação contra crise
Fonte: AFP
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