Empresária foi presa pela PF hoje, após condenação a 94 anos de cadeia por crimes fiscais e contrabando
Foto: Estadão SíO PAULO - A Daslu divulgou na tarde desta quinta-feira, 26, um relatório médico assinado pelo médico Sérgio Daniel Simon, oncologista do Hospital Albert Einstein, responsável pelo tratamento da empresária Eliana Tranchesi, 53. No relatório, o médico afirma que o estado de saúde de Eliana é delicado e que ela está em tratamento de quimioterapia e radioterapia.
"Não deve permanecer em prisão comum, sendo mais seguro a prisão domiciliar com os cuidados médicos apropriados", afirma. A empresária, dona da Daslu, foi presa pela Polícia Federal hoje pela manhã, após condenação de 94 anos de cadeia em processo de crime fiscal e contrabando.
A advogada Joyce Roysen, que atua na defesa da empresária considerou a sentença de 94 anos aplicada à empresária "totalmente descabida" e sua prisão "ilegal e arbitrária". Para a advogada, não há qualquer base legal para a prisão da empresária: "Ela tem o direito constitucional de recorrer em liberdade".
A advogada também disse que o estado de saúde de Eliana é delicado, o que "torna toda a situação ainda mais dramática e com requintes de crueldade", mas afirmou que o direito de Eliana à liberdade independe de sua saúde.
Veja a íntegra do relatório:
Relatório Médico
A Sra. Eliana Maria Piva de Albuquerque Tranchesi encontra-se sob meus cuidados médicos desde março de 2009. A paciente é portadora de Adenocarcinoma de Pulmão com metástases em coluna lombo-sacra e por esse motivo encontra-se em tratamento radioterápico e quimioterápico.
A paciente recebeu dose de quimioterapia em 21 de março de 2009 com as drogas Alimta, Carboplatina e Avastin.
Na fase em que se encontra atualmente, a paciente necessita de cuidados médicos diários, para a aplicação subcutânea de medicação e controle de exames de sangue.
Devido ao uso de quimioterapia, a paciente tem alto risco de infecção generalizada, motivo pelo qual está recebendo medicação diária.
Além disso, o uso de Avastin aumenta o risco de crises de hipertensão arterial e sangramento, e também necessitam de atenção médica continuada.
Por esses motivos, creio que a mesma não deva permanecer em prisão comum, sendo mais seguro a prisão domiciliar com os cuidados médicos apropriados.
São Paulo, 26 de março de 2009.
Dr. Sérgio Daniel Simon
Prof. Oncologia UNIFESP
Depto. Oncologia Hospital Albert Einstein
Dona da Daslu é condenada a 94 anos de prisão pela Justiça.
Fonte: Estadão
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