Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-04-2009

Sarkozy afirma que projeto de texto do G20 não agrada França
Os projetos de texto para a declaração final do G20, negociados até o momento pelos assessores dos chefes de Estado e de Governo
Sarkozy afirma que projeto de texto do G20 não agrada França
Foto: AFP

PARIS, França (AFP) — Os projetos de texto para a declaração final do G20, negociados até o momento pelos assessores dos chefes de Estado e de Governo, não agradam nem Alemanha nem França, afirmou o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

"No estado atual, os projetos não convêm nem a Alemanha, nem a França", afirmou o presidente à rádio francesa Europe 1.

Sarkozy se referia à questão dos paraísos fiscais, sobre a qual afirmou que são necessários fatos na reunião do G20 de quinta-feira em Londres, que terá os chefes de Estado e de Governo dos países desenvolvidos e das nações emergentes.
A França defende a elaboração de uma lista de paraísos fiscais que não cooperam com os critérios estabelecidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
O presidente francês advertiu ainda que não se associaria a uma reunião do G20 com "falsos compromissos" e defendeu a adoção de novas regras para o sistema econômico e financeiro.

Sobre as relações com os Estados Unidos, Sarkozy declarou que a França é amiga dos Estados Unidos, mas um "amigo de pé".

Na véspera, a ministra das Finanças francesa Christine Lagarde advertiu que a França está preparada para abandonar a reunião de cúpula do G20 se esta fracassar na obtenção de um acordo sobre os temas que defende.

"O presidente Nicolas Sarkozy foi muito claro nessa frente. Ele afirmou que, se não houver resultados concretos, não assinará o comunicado final", afirmou Lagarde. "Isso significa abandonar a cúpula. Acho que ele está muito determinado".

"Precisamos obter resultados; não há opção. A crise é muito séria para que celebremos uma reunião para nada", declarou Sarkozy na terça-feira.

Nesta quarta-feira, em seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sarkozy voltou a defender seus pontos de vista e encontrou apoio no colega brasileiro.

"O presidente Lula e eu queremos que o mundo mude, que o mundo reaja e que haja um mínimo de regulação levando em conta o desastre que representou a desregulação", declarou Sarkozy na coletiva de imprensa conjunta.

"As decisões do G20 serão decisões políticas", afirmou Lula ao lado de Sarkozy. "Há uma enorme expectativa sobre esta reunião. Não serão medidas fáceis se não tivermos a coragem de entender que as grandes decisões que devem ser tomadas serão decisões políticas", afirmou.
"Estamos de acordo com o fortalecimento das instituições financeiras multilaterais para conceder mais recursos aos países pobres", afirmou ainda, acrescentando que concorda com Sarkozy quanto ao controle dos paraísos fiscais.

"É inadmissível que, em um planeta Terra com mais de um bilhão de pessoas vivendo abaixo do nível da pobreza, alguém se dê ao luxo de tirar dinheiro do setor produtivo para colocá-lo no setor especulativo".

Fonte: AFP
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir