Categoria Economia  Noticia Atualizada em 01-04-2009

Bernardo: Peugeot não cumpriu o combinado sobre demissões
Ministro defendeu, no entanto, a adoção de contrapartidas pelas empresas beneficiadas com o incentivo fiscal
Bernardo: Peugeot não cumpriu o combinado sobre demissões
Foto: Capital News

BRASÍLIA - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, disse há pouco que não sabe qual será a decisão do governo em relação à demissão de 250 funcionários anunciada pela PSA Peugeot Citroën no mesmo dia da prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros. Bernardo defendeu, no entanto, a adoção de contrapartidas pelas empresas beneficiadas com o incentivo fiscal.

"Não sei o que o governo vai fazer. O governo está tratando disso - na Fazenda e no Ministério do Desenvolvimento - e dará uma posição brevemente", afirmou Bernardo. "Acho que tem que ter contrapartida (por parte das empresas). Foi combinado não ter demissões", acrescentou.

Ele deu entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do Executivo, após reunião com o presidente em exercício, José Alencar, na qual foram discutidos os problemas resultantes da redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, em entrevista também ao sair da reunião no CCBB, lamentou as demissões na Peugeot Citroën. Mas, ao responder a uma pergunta se o governo está irritado com o episódio, disse que não queria falar sobre isso. Múcio confirmou que o governo está discutindo o assunto e afirmou que considera ultrapassada a posição de setores empresariais que entendem que demissões geram economia.

Orçamento

Bernardo ainda confirmou que, ao ser questionado há pouco se o governo recuaria nos cortes de orçamento do Ministério da Justiça, diante das reclamações do ministro Tarso Genro, declarou: "estamos repensando o tempo todo (o orçamento). Agora, o fato concreto é que caiu a receita e o orçamento tem que ser equilibrado. Além disso, temos contas novas que surgiram, como subsídio à habitação, que não estava na conta divulgada e que consumirá do Tesouro R$ 20 bilhões".

Ele lembrou que esse ano serão gastos, a princípio, R$ 6 bilhões no programa de habitação, mas que o presidente Lula orientou que, "se precisar, é para colocar mais (dinheiro)".

Paulo Bernardo contou que brincou com Tarso Genro ao comentar sobre os cortes em seu ministério. Ele disse que lembrou ao colega que "existem duas categorias de ministros hoje: os muito insatisfeitos e os inconformados. Eu não sei em qual categoria o Tarso está e vou conversar com ele na semana que vem".

Paulo Bernardo participou há pouco de reunião no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local para onde foi transferido temporariamente o gabinete presidencial, com o presidente em exercício José Alencar, e outros ministros para discutir a situação dos municípios que estão perdendo receita com a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Fonte: Estadão
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir