Categoria Geral  Noticia Atualizada em 14-04-2009

Após condenação da ONU, Coreia do Norte diz que reativará programa nuclear
Conselho de Segurança condenou lançamento de suposto satélite.
Após condenação da ONU, Coreia do Norte diz que reativará programa nuclear
Foto: G1

A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira(14) que vai abandonar as negociações entre seis países e reativar seu programa nuclear, após ter sido condenada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo disparo de um suposto satélite, informou a imprensa oficial norte-coreana.

Pyongyang "rejeita firmemente" o documento da ONU e considera um "insulto insuportável" contra seu povo a decisão do Conselho de Segurança, afirma o ministério norte-coreano das Relações Exteriores, citado pela agência oficial KCNA.

"As discussões a seis (Coreia do Sul, Coreia do Norte, Japão, Estados Unidos, China e Rússia) não têm mais razão de ser", destacou o ministério.

"Nós não participaremos nunca mais destas discussões e não nos consideramos obrigados por qualquer decisão adotada durante estas tratativas".

Pyongyang também decidiu reativar suas instalações atômicas, devido à decisão da ONU: "Vamos adotar as medidas necessárias para reabrir nossas usinas nucleares desativadas (...) e reintroduzir os bastões de combustível nuclear nos reatores experimentais", destacou o ministério.

A Coreia do Norte começou há um ano a desmantelar o seu antigo reator de Yongbyon, como parte do processo de desarmamento pelo qual EUA, Rússia, Japão, China e Coreia do Sul ofereciam ajuda econômica em troca do desarmamento nuclear do país. O regime comunista está sob sanções da ONU desde 2006, por causa de um teste anterior com uma bomba atômica e um míssil de longo alcance.

Especialistas dizem que a miserável Coreia do Norte não tem tecnologia suficiente para fabricar um reator avançado de água-leve.

Condenação da ONU
O Conselho de Segurança condenou na segunda-feira o lançamento de um foguete efetuado recentemente pela Coreia do Norte e reforçou o regime de sanções contra o país.

Segundo o texto, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia (os cinco membros permanentes) e Japão "condenam" o lançamento do míssil balístico efetuado por Pyongyang, no dia 5 de abril, e afirmam que está "em contravenção com a resolução 1718 do Conselho, que proíbe a Coreia do Norte de realizar qualquer teste nuclear, ou lançamento de míssil".

Oficialmente, a Coreia do Norte efetuou o lançamento de um foguete para colocar um satélite de comunicação em órbita.

Já os EUA, a Coreia do Sul e o Japão afirmam que se trata de um teste disfarçado do míssil Taepodong-2, capaz de atingir o Alasca ou o Havaí.

A reação da ONU, endurecendo a implementação das sanções, deve ter pouco impacto econômico na Coreia do Norte, e analistas acham que a divisão internacional a respeito -- China e Rússia foram contra medidas mais firmes -- pode fortalecer internamente o regime de Kim Jong-il.

Especialistas dizem que o Norte pode reativar dentro de três meses a sua usina que separa o plutônio do combustível nuclear usado.

"As declarações da Coreia do Norte são sempre uma mistura de blefe e ameaças reais, mas acho que as ameaças são mais reais desta vez, e acho que vão continuar pelos próximos meses pelo menos", disse Shi Yinhong, especialista em segurança regional da Universidade Renmin, de Pequim.

EUA
O Departamento de Estado dos EUA evitou fazer comentários sobre o anúncio norte-coreano, limitando-se a afirmar que deseja que as negociações sejam retomadas o mais rápido possível.

A Casa Branca disse que a ameaça norte-coreana foi um "passo sério na direção contrária" e pediu a Pyongyang que termine suas ameaças e cumpra suas obrigações internacionais.

"A Coreia do Norte não vai ter a aceitação da comunidade internacional a não ser que ela comprovadamente abandone a sua busca por armas nucleares", disse o porta-voz Robert Gibbs.

Após condenação da ONU, Coreia do Norte diz que reativará programa nuclear
Conselho de Segurança condenou lançamento de suposto satélite.
Pyongyang encerra negociações e decide reabrir usina desativada.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir