Categoria Economia  Noticia Atualizada em 28-04-2009

Bendine diz que não se sente pressionado para reduzir spre
Novo presidente do BB assumiu com a 'missão' de reduzir spread e juros. 'Queremos compensar queda do spread com aumento de empréstimos', diz.
Bendine diz que não se sente pressionado para reduzir spre
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Apesar de ter assumido o Banco do Brasil na última quinta-feira (23) com a missão de reduzir o spread (diferença entre o que o banco paga para tomar recursos e o valor cobrado de seus clientes), o novo presidente da instituição financeira, Aldemir Bendine, afirmou nesta terça-feira (28) que não se sente "pressionado".

"Não me sinto pressionado. Não tomo decisões sozinho", disse, referindo-se aos demais diretores, e controladores, da instituição financeira. Afirmou ainda que buscará seguir o mesmo caminho trilhado pela direção anterior, embora com "mais velocidade".
Spread do BB

Segundo dados divulgados por Bendine, entre os compromissos assumidos para este ano está que o spread bancário do banco, que fechou 2008 em 7,1%, fique entre 6,8% e 7,2% no fim deste ano. Ou seja, ele poderá subir 0,1 ponto percentual, ou cair em até 0,3 ponto percentual. Se houver essa queda, será menor do que os últimos três anos.

Entre 2005 e 2008, o spread médio do BB recuou 0,5 ponto percentual por ano. No fim de 2005, por exemplo, estava em 8,6%, caindo para 8,1% em 2006, para 7,6% em 2007 e para 7,1% no fechamento de 2008. Segundo Marco Geovanne Tobias, gerente de Relações com Investidores do BB, a queda dos últimos anos esteve relacionada com a redução de taxas nas linhas de crédito agrícolas.

De acordo com Bendine, "critérios técnicos", como a alta da inadimplência, serão respeitados quando for avaliada a possibilidade de redução do spread das linhas de crédito do BB. "Se o risco é maior, é natural que as taxas sejam mais elevadas. O spread deve cair em todas as linhas, respeitando esse critério técnico", explicou ele.


'Questão dada'

De acordo com o novo presidente do BB, a redução do "spread" bancário é uma questão que "já está dada". Em um ambiente de corte da taxa básica de juros pelo Banco Central, como o que vem acontecendo há alguns meses, ele argumenta que o spread cairá para todo o sistema financeiro.

Após a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para esta terça e quarta-feiras, o BB deve anunciar uma nova redução dos juros - seguindo o corte que deve ser feito pela autoridade monetária. A expectativa do mercado é de que os juros cairam um ponto percentual, para 10,25% ao ano, nesta semana.
Aumento do volume do crédito

Para reduzir o spread, e manter a lucratividade do BB, Bendine diz que o caminho é aumentar o volume de concessão de novos empréstimos para seus clientes. "Vamos continuar crescendo no crédito, mas com muita responsabilidade", disse ele. Para este ano, a expectativa de crescimento da carteira de crédito do BB é de 13% a 17%, acima das previsões de elevação do restante do mercado financeiro (de 10% a 15% para 2009).

Para aumentar sua carteira de crédito, a estratégia da instituição financeira, segundo Bendine, é atuar em segmentos já fortes (como crédito com desconto em folha de pagamentos) e, também, em setores menos desenvolvidos dentro do banco, como crédito imobiliário, para veículos (com a associação com o Banco Votorantin), e, também, no ramo de seguridade social.

Bendine diz que não se sente 'pressionado' para reduzir spread do BB.

Fonte: G1
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir