Categoria Economia  Noticia Atualizada em 30-04-2009

Produção volta a crescer e dá sinais de retomada no Japão
Após seis quedas consecutivas, o índice de produção industrial do Japão aumentou 1,6% em março em relação ao mês anterior
Produção volta a crescer e dá sinais de retomada no Japão
Foto: BBC Brasil

Tóquio, 30 abr (EFE).- Após seis quedas consecutivas, o índice de produção industrial do Japão aumentou 1,6% em março em relação ao mês anterior, acima do esperado e após registrar em janeiro o pior resultado desde 1953.

O indicador que mede o ritmo das fábricas japonesas foi recebido com otimismo por empresários e investidores, que veem nele um sinal de que a recuperação está mais perto, embora outros números macroeconômicos, mais pessimistas, não dêem margem à euforia.

A melhora de março foi motivada em grande parte pela recuperação do apetite por parte de Estados Unidos e Europa por produtos japoneses. Segundo informou hoje o Governo, o país e o continente são principais clientes das multinacionais japonesas.

A economia japonesa, orientada à exportação, notou a recuperação das vendas por parte de seus parceiros comerciais. Por sua vez, estão mais moderadas as previsões de contração e planos de estímulos em nível global ganha força.

Os envios de mercadoria ao estrangeiro aumentaram em março 1,4%, o primeiro número positivo em seis meses, enquanto caíram as reservas de estoque em 3,3%, o que mostra uma evolução nos pedidos de produtos.

Segundo o Governo, a produção chegou ao fundo do poço e começará a se recuperar com força conforme forem sendo divulgados os resultados dos próximos meses, que com base nas projeções do Ministério da Economia serão de 4,3% para abril e de 6,1% em maio.

No entanto, o vice-ministro da Economia japonês, Harufumi Mochizuki, assegurou que é preciso esperar para ver se esta tendência de alta realmente é definitiva e advertiu que o Governo ainda não está otimista.

As firmas japonesas de tecnologia foram as mais beneficiadas com a recuperação de março, após registrar um aumento de 10,3%, enquanto no campo de equipamentos de transporte, que abrange os fabricantes de carros, viu expansão de 2,3%.

Os dados de março põem fim a um ano fiscal 2008 nefasto para as fábricas japonesas, que viram como sua produção caía 12,7%, o maior recuo dos últimos sete anos.

O cômputo para o primeiro trimestre de 2009 foi de uma redução de 22,1% frente aos últimos três meses do ano passado, o que, por sua vez, põe freio no otimismo.

Apesar de as exportações e o consumo interno terem sua tendência de baixa reduzida, os planos de reestruturação já estão em andamento para reorientar a produção japonesa para consumo interno e outros tipos de setores.

O Governo não considera que o fim da recessão esteja perto, após ver como o histórico superávit comercial recuou até desaparecer, com uma queda das exportações de 46% em março e números sobre crescimento no negativo, em 3,3% para quando o ano fiscal terminar, em março de 2010.

Coincidindo com a melhora da produção industrial, o Banco do Japão (BOJ, autoridade monetária) moderou os ânimos dos investidores com a publicação de seu relatório de perspectivas macroeconômicas para o atual ano fiscal.

Segundo o BOJ, a economia terá retração este ano de 3,1%, o ritmo mais rápido do pós-guerra, enquanto a deflação se agravará, batendo 1,5% e superando em 0,4 ponto o previsto.

Com isso, o Japão enfrenta um ciclo descendente que seguirá pesando na receita das empresas e no consumo das famílias, uma combinação que pode retrair a produção das fábricas japonesas.

Nos últimos dias, na apresentação dos resultados empresariais do ano fiscal, que terminou no passado 31 de março, as grandes multinacionais seguiram anunciando perdas, cortes e fechamento de unidades.

O Governo e o BC do Japão se propuseram a ajudar as empresas com problemas de liquidez para que possam voltar a operar em médio prazo, após se verem prejudicadas pela redução de vendas, um iene demasiadamente valorizado e bancos reticentes em emprestar dinheiro.

O último plano de estímulo fiscal do Governo poderia melhorar a situação, mas, segundo o próprio Executivo, a recuperação não tomará um caminho estável até 2010, com mais que prováveis aumento de desemprego, contração da demanda interna e preços em baixa. EFE

Produção volta a crescer e dá sinais de retomada no Japão.

Fonte: G1
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir