Categoria Politica  Noticia Atualizada em 29-04-2009

42 famílias da Raposa Serra do Sol não terão onde morar
Deputados foram ao STF para pedir tolerância na desocupação.
42 famílias da Raposa Serra do Sol não terão onde morar
Foto: http://congressoemfoco.ig.com.br

Diego Abreu

O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou nesta terça-feira (28) que 42 famílias de não índios que vão ter que desocupar a Raposa Serra do Sol até esta quinta-feira (30) não terão para onde ir. O ministro Carlos Ayres Britto, relator do processo da Raposa no Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmou nesta noite que não mudará em hipótese alguma o prazo fixado para a desocupação.

"A dificuldade está em 42 famílias que estão entre os ricos arrozeiros que saíram e os pobres que estão sendo colocados na periferia [de Boa Vista]. E essas famílias têm entre 8 e 12 mil cabeças de gado", relatou Gabeira, membro da comissão externa que acompanha a desocupação da reserva indígena, em Roraima. Ele e mais dois deputados da comissão – Márcio Junqueira (DEM-RR) e Maria Helena (PSB-RR) - se reuniram nesta noite com Ayres Britto.

No encontro, eles pediram que o ministro seja tolerante durante a desocupação dos não índios que ainda não deixaram a reserva. Por meio de sua assessoria de imprensa, Britto disse acreditar que não será necessário o uso da força, embora, caso necessário, a Força Nacional de Segurança e a Polícia Federal atuarão na retirada.
Situação na área

Segundo Fernando Gabeira, que esteve em Roraima na segunda-feira (27), a maior parte dos grandes produtores de arroz já deixou a região. Já os habitantes mais pobres de Surumum, conforme detalhou o deputado, serão encaminhadas para casas populares localizadas no bairro Cidade Satélite, em Boa Vista, embora as casas ainda não tenham água nem luz.

Quanto à situação das 42 famílias que ainda não têm para onde ir, o deputado explicou que o estado só terá condição de realocá-las daqui a um ano – possivelmente em lotes de 300 a 2 mil hectares pertencentes ao governo de Roraima. Antes, porém, será preciso construir uma estrada de 80 km e fazer uma licitação das terras.

De acordo com Gabeira, entre as possibilidades imediatas para as famílias que ficarão desalojadas, está o arrendamento de uma fazenda próxima a região. No entanto, o deputado disse que a propriedade tem capacidade para receber apenas 14 famílias. "A fazenda é pequena para tanto gado e tantas famílias. Algumas famílias terão que buscar outro caminho enquanto esperam a realocação pelo governo do estado", destacou.
Medida provisória

Os deputados da comissão externa devem enviar sugestão para que o governo compre o gado dos não índios que terão que deixar a reserva ainda esta semana. "A nossa proposta é de que o governo compre o gado através de uma medida provisória, que nós encaminharemos rapidamente, e os distribua aos índios", disse Gabeira.

O deputado Márcio Junqueira alertou para o risco de alguns produtores não conseguirem deixar a reserva até o dia 30. "Informamos ao ministro que os órgaõs como Instituto de Terras de Roraima, Incra e Polícia Federal têm impressão de que não conseguirão cumprir a determinação para o dia 30", afirmou. "A grande preocupação da comissão é com aquele pequeno produtor, aquele desassistido, desinformado, que sequer sabe dos seus direitos", completou o parlamentar.

42 famílias da Raposa Serra do Sol não terão onde morar, diz Gabeira
Deputados foram ao STF para pedir tolerância na desocupação.
Ayres Britto manteve o dia 30 de abril como prazo para saída de não índios.
42 famílias da Raposa Serra do Sol não terão onde morar
Deputados foram ao STF para pedir tolerância na desocupação.

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Foto: http://congressoemfoco.ig.com.br

Fonte:

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Por:  Crispim José Silva    |      Imprimir