Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 02-05-2009

O HAITI É AQUI?
Tive até aqui pouco contato pessoal com o Carlos da Marinha, acho que umas duas ou três vezes quando ele estava em campanha...
O HAITI É AQUI?
Fotomontagem: Paulo Araujo (Pauli)

Tive até aqui pouco contato pessoal com o Carlos da Marinha, acho que umas duas ou três vezes quando ele estava em campanha para vereador e outra em 2004 no extinto ateliê de artes de Chico Brás (ver crônica "Jesus Despedaçado", de 12/07/2007). Nessas poucas oportunidades, porém, pude constatar ser ele pessoa de ótimo caráter, calmo, educado, bom ouvinte. Infelizmente ainda não tivemos outras oportunidades para uma conversa mais prolongada e, com certeza, prazerosa. Conheço mais a Ivilisi, o bastante para confirmar as palavras dela a respeito das diferenças entre os dois; aliás, taí uma coisa que muitas pessoas precisam compreender, ou seja, a importância de se conviver com as diferenças. Fico imaginando que chatice seria um mundo onde todos comungassem das mesmas ideias, onde não houvesse controvérsias, visões divergentes e contraditórias. Imagine só que tédio se todo mundo torcesse para o Estrela ou para o Pindaíba Futebol Clube? Fico pasmo com os comentários que leio aqui no Maratimba quando o assunto é a política local. Meu Deus, quantos rótulos, quantas picuinhas, quanta visão estreita! Sinto-me à vontade para falar a respeito disso porque sou um "estrangeiro" não tendo, portanto, ligação política alguma com Toninhos ou Doutores Jander. Nem votar em Marataízes eu voto. Mas já vou me antecipando aos que porventura venham a dizer que se não voto aqui, seu sou um "estrangeiro" por essas bandas, não devo ficar palpitando; devo sim, sou cidadão local. Não existe pobreza maior para um povo do que a pobreza de espírito ou a pobreza de ideias. Uma grande nação se faz justamente com o confronto delas porque ninguém é o dono da verdade. O debate civilizado é o melhor caminho para o crescimento pessoal e comunitário.

Voltando ao Carlos Azevedo, muito bem escolhido como novo secretário de saúde de Marataízes, o que não lhe falta é competência, experiência humana, retidão de caráter e dedicação profissional. Por que, então tanto nhemnhemnhem? Por que tanto rótulo se ele não é garrafa, se é um ser humano como todos nós, sujeito a erros e acertos? O que mais me admirou quando li a matéria sobre a sua indicação foi o fato de nos mais de vinte comentários postados não haver um sequer que pusesse em dúvida as suas qualidades. Então, pombas, qual o problema de ele ter ou não simpatia pelo prefeito anterior? Por acaso somos todos inocentes em política? Será que ainda existe alguém que acredita que na política uma vez Flamengo sempre Flamengo? Aliás, não só na política, na vida. Acho que já passou a época de se imaginar que vamos viver a vida inteira pensando as mesmas coisas, do lado das mesmas pessoas. A vida é muito dinâmica, cheia de mudanças, de erros e aprendizados. Quem diria em 1996 que o Lula beijaria a mão do Jader Barbalho, que José Sarney seria seu homem de confiança, que Marta Suplicy buscaria apoio em Paulo Maluf, que Gerson Camata derramaria lágrimas em plenário por causa de um auxiliozinho-moradia, que Fernando Gabeira deslizaria numa passagem aérea paga com verba pública para a filha ou que Joaquim Barbosa, um ministro símbolo de coragem, cultura, inteligência e elegância bateria boca com o presidente do Supremo Tribunal Federal como dois moleques de rua ou ainda que a Taís Araujo seria protagonista da novela das oito?

Marataízes foi palco de treinamento da Força de Paz das Nações Unidas que atuou no Haiti em 2007/2008. As Forças de Fuzileiros Navais fizeram treinamento na região compreendida entre o Gomes, em Itapemirim, e a Vila de pescadores do Pontal, em Marataízes. A região foi escolhida por ter bastante semelhança geográfica com o cenário que enfrentariam no paupérrimo país da América Central. Lembro de ter lido uma matéria no Maratimba com o Carlos quando ele voltou de lá, da grande experiência humana que vivenciou junto à população acuada pela pobreza e pelos rebeldes. Fico pensando quanta coisa interessante o nosso Carlos da Marinha tem para falar, quanto ele deve ter aprendido a respeito do ser humano jogado na sarjeta, sem voz e sem direitos. Será o Haiti muito diferente daqui? Ele tem um grande desafio pela frente, botar ordem no caos que se transformou a área da saúde, carro-chefe da campanha do Doutor Jander. É do ramo, tem tudo para fazer um bom trabalho, o que também não é garantia de que o fará. De uma coisa tenho certeza, um homem com sua vivência humana jamais ficará perdendo tempo em tentar agradar gregos e baianos que votaram ou não em Toninho ou Dr. Jander. Quanto aos gregos e baianos fariam melhor ajudando a encontrar caminhos e alternativas para a saúde do município do que ficar batendo boca por causa de politiquinhas com "pê" minúsculo. E tenho dito!

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Fonte: O Autor
 
Por:  Paulo Araujo    |      Imprimir