Categoria Ci�ncia e Sa�de  Noticia Atualizada em 06-05-2009

Transplante de rosto traz problemas para a vida toda, mas pa
Americana Connie Culp � primeiro transplante facial completo em seu pa�s. Uso de drogas contra rejei��o coloca vida da pessoa em risco constante.
Transplante de rosto traz problemas para a vida toda, mas pa
Foto: Abril

Connie Culp, uma americana de 46 anos cuja face foi destru�da por um tiro disparado pelo pr�prio marido, capturou a aten��o do mundo ao ser apresentada como o primeiro caso de sucesso de um transplante completo de rosto nos EUA.

Culp e outras pessoas que passaram por vers�es desse procedimento pioneiro v�o enfrentar dificuldades para controlar a rejei��o dos tecidos faciais pela vida toda, mas todos parecem considerar que a opera��o vale a pena. Para esses pacientes, afinal, o novo rosto � a �nica chance de voltar a se alimentar normalmente, de conseguir falar ou mesmo de aparecer em p�blico sem provocar repulsa em outras pessoas.

Por enquanto, a primeira descri��o cient�fica detalhada dos resultados de um transplante facial � a feita pelos m�dicos franceses que operaram Isabelle Dinoire, hoje com 42 anos, no fim de 2005. O c�o de Dinoire havia mastigado seu rosto ap�s a mulher tomar uma overdose de comprimidos para dormir, e ela passou por um transplante parcial de face ap�s o acidente.

Em artigo publicado na revista especializada "The New England Journal of Medicine", a equipe liderada por Jean-Michel Dubernard, do Hospital Edouard Herriot, da Universidade de Lyon 1, relata que a paciente tamb�m recebeu c�lulas hematopoi�ticas (precursoras das c�lulas do sangue, como os gl�bulos vermelhos) do seu doador, como forma de minimizar a rejei��o. O processo de adapta��o de Dinoire � nova face foi lento e complicado.

As sensa��es naturais de frio e calor e a sensibilidade ao toque suave retornaram ao rosto transplantado ap�s seis meses. A recupera��o dos movimento foi ainda mais vagarosa -- para se ter uma ideia, a boca s� come�ou a fechar completamente dez meses depois do transplante. Dois epis�dios s�rios de rejei��o ocorreram 18 dias e 214 dias depois do procedimento, mas foram revertidos -- n�o sem que ela tivesse passado por um epis�dio de fal�ncia dos rins.

A necessidade de tomar rem�dios que diminuem a atividade do sistema de defesa do organismo, como forma de "convencer" o corpo a aceitar o rosto estranho, significa que o paciente ficar� bastante vulner�vel a infec��es ao longo de toda a vida. Tamb�m h� o problema psicol�gico de se acostumar � face nova, j� que ela � uma mistura das fei��es do paciente e as do doador.

O caso de Connie Culp � emblem�tico. Ap�s ser baleada em 2004, ela s� conseguiu voltar a comer alimentos s�lidos, como pizza, frango e hamb�rguer, no �ltimo m�s de janeiro. Ela tamb�m ressaltou as s�rias dificuldades sociais ligadas � sua deformidade. "Quando ver algu�m com o rosto desfigurado, n�o julgue essa pessoa, porque voc� nunca sabe o que aconteceu com ela", declarou Culp em entrevista coletiva. "Precisamos do nosso rosto para poder encarar o mundo", ecoou a m�dica Maria Siemionow, que participou do procedimento.

O procedimento, realizado na Cleveland Clinic, no estado de Ohio, envolveu, al�m da face de uma pessoa morta n�o-identificada, tamb�m o transplante do osso do nariz e partes da arcada dent�ria superior, destro�ados pelo tiro. Confira como � o procedimento no infogr�fico abaixo.

Transplante de rosto traz problemas para a vida toda, mas pacientes aprovam.

Fonte: G1
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir