Nesta terça, empresas anunciaram 'grande multinacional' de alimentos.
No fim da manhã, a Bovespa como um todo operava em alta.
Foto: http://www.180graus.brasilportais.com.br Após o anúncio da fusão de Sadia e Perdigão nesta terça-feira (19), as ações das duas empresas apresentaram queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Às 12h06, as ações da Perdigão caiam 4,38% e as da Sadia, 2,86%.
A Bovespa, de modo geral, operava com valorização no fim da manhã. O índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - tinha alta de 1,02% às 11h35, aos 51.986 pontos. Caso o resultado positivo se confirme, este será o maior patamar da bolsa desde setembro do ano passado, quando a crise financeira se intensificou com a quebra do banco Lehman Brothers, nos EUA.
Está planejada uma oferta pública de ações de R$ 4 bilhões das duas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que poderá participar do processo.
Análise
Segundo o consultor da Global Financial Advisor Miguel Daoud, as ações estão caindo porque se valorizaram muito com a expectativa da fusão. "Existe um ditado que diz: sobe no boato, cai no fato. Essa é uma máxima usada porque a gente traduz que a expectativa dessa fusão levou os investidores a comprar ações e, quando o fato acontece, nada mais pode refletir no preço que não tenha sido precificado."
Segundo ele, quem ganhou dinheiro durante a fase de especulações, "está vendendo para embolsar os ganhos".
Para Daoud, esse não é o momento de comprar ações das empresa. Ele afirmou que é preciso aguardar que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (cade) dê o aval sobre o negócio. "Pode ser que eles determinem a venda de plantas (fábricas) em determinados locais para não prejudicar a concorrência. Isso pode contribuir para um ajuste nas ações."
Fusão
Nesta terça, o presidente da Perdigão, Nildemar Secches, e o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, anunciaram oficialmente criação da Brasil Foods (BRF), resultante da fusão.
De acordo com dados divulgados durante a entrevista, Sadia e Perdigão operam comercialmente em 110 países. "Quase metade do nosso faturamento vem do exterior", afirmou Secches. A nova empresa já nasce líder em alimentos processados no país, com 120 mil funcionários.
O executivo informou que 68% do capital pertencerá a acionistas da Perdigão e 32% a acionistas da Sadia. "Como a maioria das multinacionais o controle de capital é difuso. Vale dizer que as decisões não serão tomadas por um único acionista, mas por um conjunto de acionistas", afirmou Secches.
Após anúncio de fusão, ações da Perdigão e da Sadia apresentam queda
Fonte: G1
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