Categoria Economia  Noticia Atualizada em 10-06-2009

Empréstimo do Brasil ao FMI ajudará países emergentes a superar dificuldades
O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
Empréstimo do Brasil ao FMI ajudará países emergentes a superar dificuldades
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Brasília - O Brasil emprestará US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). É a primeira vez que isso acontece na história, afirma o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O financiamento será feito por meio de aquisição do bônus do FMI. Os títulos, que estão sendo preparados pelo FMI, serão expressos em Direito Especial de Saque (DES), uma espécie de moeda da instituição.

"Assim que o fundo terminar de produzir esses bônus, faremos esse aporte de US$ 10 bilhões. Na verdade, é uma aplicação que o Brasil está fazendo de suas reservas e dando uma disponibilidade financeira para o FMI", disse Mantega, ao anunciar a operação.

Além dos US$ 10 bilhões, o ministro informou que o país se comprometeu a comprar mais US$ 4,5 bilhões dentro da cota que o país tem de adquirir como membro do FMI, que soma mais de US$ 14,5 bilhões.

De acordo com Mantega, os recursos poderão ajudar os países emergentes, principalmente, os que estão em desenvolvimento e hoje enfrentam escassez de capital por causa da crise financeira mundial. Ele enfatizou que, diante de uma crise de grande "envergadura", o Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar recursos destinados ao Fundo Monetário Internacional.

"No passado, era o contrário: o FMI é que emprestava ao Brasil, que socorria o Brasil, quando o pais era menos sólido. Hoje, o Brasil alcançou essa solidez e acumulou reservas suficientes para poder ajudar a comunidade internacional, principalmente os países os que estão em dificuldade."

Segundo o ministro, as condições que permitiram ao país emprestar recursos ao Fundo são o fluxo positivo de capital para o Brasil e o aumento das reservas internacionais brasileiras. Ele esclareceu que os recursos permanecerão nas reservas internacionais mesmo com a compra dos títulos do FMI. Na operação, o Brasil adquire US$ 10 bilhões em títulos e, se quiser, poderá usá-los em operações com o próprio Fundo.

"É um segundo passo importante dado pelo que o Brasil no sentido de tornar-se credor do Fundo, e não devedor, como no passado", afirmou.

Em abril deste ano, o Brasil foi convidado a fazer parte dos países credores do FMI, e o governo brasileiro aceitou a proposta. Mantega lembrou que, na reunião do G20 (grupo dos países em desenvolvimento), em Londres, ficou combinado que os países mais fortes, os que têm recursos disponíveis, dessem aporte, de forma que o Fundo Monetário obtivesse mais US$ 500 bilhões para poder ajudar os países em dificuldade.

"Esses aportes são importantes porque ajudam a encurtar a crise financeira internacional. Ajudam os países que têm hoje dificuldade a voltar a participar do comércio e das transações internacionais, pois os países, com a crise, deixaram de importar e de participar do comércio internacional e dos investimentos por falta de recurso."

Reservas internacionais
A aquisição do Brasil não provocará uma redução das reservas internacionais que somam atualmente US$ 204 bilhões. Segundo o ministro Guido Mantega, as reservas brasileiras estão, em sua maior parte, aplicadas em títulos do tesouro americano, que no momento rendem muito pouco e em outras aplicações semelhantes no mercado internacional.

"Na verdade, é como se você mudasse a aplicação que está fazendo. A vantagem que você está viabilizando recurso para o Fundo Monetário Internacional, que é uma instituição encarregada pelo G-20 para socorrer países com dificuldades", disse. As reservas internacionais são usadas pelo governo para o pagamento de compromissos da dívida externa pública.

Os novos bônus que o Brasil está adquirindo do Fundo serão expressos em Direito Especial de Saque (DES), uma espécie de moeda do Fundo. Esse títulos estão sendo subscritos pela China, que também fará uma aquisição de US$ 50 bilhões desses papéis. A Rússia ficará com US$ 10 bilhões, e
a Índia não informou ainda a quantidade de títulos a ser adquirido. Esses países formam os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

"Na reunião dos BRICs, durante o encontro do G-20, combinamos que iríamos fazer aportes maiores ao FMI desde que houvesse esse novo bônus sendo emitido.", disse. Na operação anunciada hoje, o ministro não informou qual o rendimento que o Fundo Monetário Internacional oferecerá pelos bônus aos países.

Fonte: Daniel Lima - Agência Brasil

Empréstimo do Brasil ao FMI ajudará países emergentes a superar dificuldades, diz Mantega.

Fonte: http://midiacon.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir