Categoria Politica  Noticia Atualizada em 16-06-2009

Bric: emergentes buscam maioridade
Lula, Medvedev, Hu Jintao e Manmohan Singh
Bric: emergentes buscam maioridade
Foto: AFP

Os l�deres dos maiores mercados emergentes do mundo exigiram ter�a-feira, em sua primeira reuni�o oficial, mais influ�ncia no sistema financeiro global. A c�pula do Bric, termo criado em 2001 pelo economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs, Jim O Neill, em refer�ncia a Brasil, R�ssia, �ndia e China, terminou com breves coment�rios do presidente russo, Dmitri Medvedev, e um comunicado que exigiu mais poderes para os pa�ses em desenvolvimento em institui��es financeiras internacionais e na Organiza��o das Na��es Unidas (ONU).

"Estamos comprometidos em avan�ar na reforma das institui��es financeiras internacionais para refletir as mudan�as na economia mundial", disseram os pa�ses no comunicado conjunto. "Os pa�ses emergentes e em desenvolvimento precisam ter voz e representa��o maiores nas institui��es financeiras internacionais".

Os pa�ses do Bric representam 15% dos US$ 60,7 trilh�es da economia global, mas o Goldman Sachs prev� que, em 20 anos, n�o s� os quatro pa�ses podem superar o G-7, como a China pode ter uma economia maior que a dos Estados Unidos.

O principal assessor econ�mico de Medvedev, Arkady Dvorkovich, pediu que o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) amplie a cesta dos Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em ingl�s) para incluir o iuan e moedas ligadas a commodities, como o rublo russo e os d�lares australiano e canadense, al�m do ouro. Criado em 1969 pelo FMI, o SDR � formado por quatro moedas (d�lar, euro, iene e libra).

� Quanto maior for nossa coopera��o, mais fortes seremos � disse Medvedev. � Queremos uma ordem mundial justa.

Quest�es ausentes

N�o foram mencionadas duas importantes iniciativas de Moscou: um papel menor para o d�lar e uma moeda supranacional como reserva de valor.

� N�o foi mencionada uma moeda comum ou uma nova moeda neste momento. Houve men��es como "n�o podemos ficar sujeitos a flutua��es de uma moeda de um �nico pa�s", mas tamb�m a compreens�o de que essas coisas ocorrem muito gradualmente e que mudan�as no sistema monet�rio, de maneira brusca, criariam outra crise. Mas isso foi parte indireta da discuss�o � disse o ministro das Rela��es Exteriores, Celso Amorim.

Em artigo publicado ter�a-feira no jornal espanhol El Pa�s, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse que os pa�ses do Bric chegaram � maioridade.

"Os pa�ses ricos est�o dispostos a aceitar uma supervis�o e controle supranacionais do sistema financeiro internacional a fim de evitar o risco de outra crise econ�mica mundial?", escreveu Lula. "Est�o dispostos a renunciar ao seu controle sobre as decis�es do Banco Mundial e do FMI? (...) Eliminar�o os subs�dios que tornam a agricultura moderna invi�vel em muitos pa�ses em vias de desenvolvimento e deixam os camponeses pobres a merc� dos especuladores de mat�rias primas e doadores generosos? (...) Essas s�o as perguntas para as quais os pa�ses do Bric querem resposta."

J� uma an�lise publicada pelo di�rio brit�nico Financial Times disse que o bloco representa um quarteto "definido pelas diferen�as", e que trata-se do "primeiro grupo multilateral criado por analistas de um banco de investimento e sua equipe de vendas".

Pr�xima reuni�o no Brasil

Os l�deres dos quatro pa�ses conclu�ram sua primeira c�pula com a promessa de uma maior coopera��o em diferentes �reas e o an�ncio de que o Brasil sediar� o pr�ximo encontro do grupo, em 2010.

A segunda c�pula, ainda sem data, � reflexo de um avan�o na formaliza��o do bloco. Est�o previstos ainda encontros entre ministros de �reas como Fazenda e tamb�m de integrantes dos bancos centrais.

O documento final deixa claro tamb�m que o Bric, como grupo, apoia as aspira��es da �ndia e do Brasil de desempenhar um papel maior na Organiza��o das Na��es Unidas (ONU).

Bric: emergentes buscam maioridade
Lula, Medvedev, Hu Jintao e Manmohan Singh

Fonte: http://jbonline.terra.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir