Categoria Politica  Noticia Atualizada em 19-06-2009

Sarney diz que sindicância vai apurar denúncias no Senado
Folha de pagamentos do Senado será analisada
Sarney diz que sindicância vai apurar denúncias no Senado
Foto: www.abril.com.br

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta sexta-feira (19) que será aberta uma comissão de sindicância para apurar denúncias que apontam a nomeação e exoneração de parentes de parlamentares e a determinação de reajustes salariais por meio de atos secretos. Ele concedeu entrevista coletiva a jornalistas no final desta manhã em seu gabinete em Brasília.

A comissão será acompanhada por um procurador-geral da República e um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), disse o senador. O senador afirmou que, se algum senador for responsabilidado, terá de responder ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a atribuição de processar parlamentares.

Sarney declarou que será feita uma auditoria externa na folha de pagamentos da Casa e disse que será criado um "portal de transparência" para divulgar "tudo o que acontece dentro da casa, sem negar nenhuma informação."

Testemunho
As declarações do senador vêm em resposta à reportagem veiculada nesta sexta pela "Folha de S.Paulo", apontando que o sigilo de atos do Senado era determinado por ex-diretores da Casa. O jornal entrevistou servidor responsável pela publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim. Ele afirmou que as ordens partiam do ex-diretor-geral Agaciel Maia e do ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi.
Maia foi exonerado do cargo por ser acusado de usar o irmão para esconder da Justiça a propriedade de uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões. Zoghbi responde a acusação de participar de um esquema de intermediação e cobrança de propina em transações de crédito consignado.

Segundo Sarney, no entanto, o atos não eram secretos. Na avaliação do senador, "faltou uma formalidade oficial, que era a publicação".

Os atos administrativos secretos chegariam a 658, segundo uma fonte da presidência o Senado, e tiveram início em 1995, na primeira gestão de Sarney como presidente da Casa.

Série de escândalos
O Senado vem sendo apontado como a instituição pública mais fechada à imprensa e não é também a primeira vez que parlamentares prometeram abrir a caixa preta do Senado.

Em maio, havia sido criada uma comissão de sindicância sobre os atos secretos, que entregará o relatório na próxima segunda-feira (22). Esse expediente foi utilizado para criar cargos, aumentar salários, exonerar parentes de senadores sem que fosse tornado público no momento de sua edição.

A divulgação da existência dos atos administrativos secretos faz parte da série de denúncias que desde o início da atual gestão Sarney, em fevereiro, se abateram sobre o Senado, entre elas o pagamento de horas extras a funcionários da Casa no período de recesso parlamentar.

Houve ainda inúmeras denúncias sobre o mau uso da cota de passagens aéreas por senadores, assim como da verba indenizatória.

Antes de convocar a entrevista desta sexta-feira Sarney fez discurso no plenário na terça (16), quando afirmou que a crise do Senado não é dele, é do Senado. Esta, no entanto, é a terceira vez que ele preside a Casa. Sarney vem tomando medidas a cada denúncia divulgada, mas que não são suficientes para conter a divulgação de novas irregularidades.

Sarney diz que sindicância vai apurar denúncias no Senado
Comissão investigará atos secretos; senador disse que será criado um portal de transparência e contas passarão por auditoria externa

Fonte: www.abril.com.br
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir