Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-06-2009

Greves no INSS somam quase 400 dias desde 2000
Paralisa��o mais longa, em 2001, durou 111 dias. Servidores entraram em greve na �ltima ter�a-feira (16).
Greves no INSS somam quase 400 dias desde 2000
Foto: Helvio Romero/Ag�ncia Estado

Em greve desde a �ltima ter�a-feira (16), os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acumulam um longo hist�rico de paralisa��es. Com poucas exce��es, a categoria realizou paralisa��es quase todos os anos desde a d�cada de 1980. Desde 2000, foram 398 dias de greve.

Segundo a Federa��o Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Sa�de, Trabalho, Previd�ncia e Assist�ncia Social (Fenasps), a paralisa��o atual n�o tem data para acabar.

Os trabalhadores pedem, entre outras coisas, a contrata��o imediata de novos servidores, jornada de 30 horas semanais sem redu��o de sal�rio e paridade salarial entre servidores ativos e aposentados.

As reivindica��es s�o semelhantes �s da �ltima greve anterior da categoria, ocorrida em 2005 e que durou 72 dias. Na �poca, os servidores pediam regulamenta��o das 30 horas semanais, equipara��o salarial e incorpora��o de gratifica��es.

"As reivindica��es de hoje s�o as mesmas de 2005", diz Moacir Lopes, da secretaria de Administra��o e Finan�as da Fenasps.

Ele afirma que o acordo feito � �poca, que encerrou a paralisa��o, n�o foi cumprido pelo governo.

"A �nica coisa que mudou (da greve de 2005) foi que a gente saiu com um grupo de trabalho, que negociou (com o governo) durante dois anos, mas quando chegou na hora do finalmente o governo disse que n�o tinha acordo", diz.

O INSS contesta a informa��o. "Na greve de 2005 foi feito um acordo e esse acordo foi cumprido na �ntegra. Tanto � que at� agora n�o teve mais paralisa��o", afirmou o presidente do Instituto, Valdir Mois�s Sim�o.

Jornada

O centro da quest�o est� na jornada de trabalho dos servidores. Em fevereiro deste ano, entrou em vigor a Lei 1.197, que reestrutura a remunera��o de uma s�rie de carreiras do servi�o p�blico � entre elas, a do servidor previdenci�rio.

Segundo Sim�o, a lei prev� que a jornada da carreira do seguro social � de 40 horas semanais, sendo facultado ao trabalhador, a partir de primeiro de junho, optar por trabalhar 30 horas, com redu��o proporcional da remunera��o.

Para a Fenasps, no entanto, a nova lei, na pr�tica, aumenta a jornada dos trabalhadores para oito horas, sem uma contrapartida financeira. "O governo aumenta o trabalho sem pagar nada mais por isso. N�o avaliou se as condi��es de trabalho eram suport�veis. A categoria reagiu", diz Lopes.

Isso ocorre, segundo ele, porque, nas ag�ncias que atendem 12 horas di�rias ininterruptas, existia a possibilidade de que os servidores trabalhassem em turnos de seis horas.

Para o presidente do INSS, no entanto, essa era uma op��o administrativa. "O que acontece � que essa medida � incompat�vel, porque eu vou ter numa unidade de atendimento servidor que vai manifestar vontade de trabalhar 30, e outros de trabalhar 40. N�o houve descumprimento. A gente n�o pode ferir a lei e fazer com que o servidor que mant�m jornada de 40 trabalhe 30", explica Sim�o.

Futuro da greve

Segundo a Fenasps, 16 estados, al�m do Distrito Federal, aderiram � greve do INSS. De acordo com o Minist�rio da Previd�ncia, no entanto, o atendimento � normal na maior parte do pa�s.

Na sexta-feira, 1.063 das 1.100 ag�ncias do pa�s funcionaram, ou 95,76% do total. Dessas, em 158 unidades o atendimento foi parcial.

Enquanto os servidores aguardam uma manifesta��o do governo, o presidente do INSS diz que n�o est� recebendo representantes do movimento, j� que h� uma liminar que considera a greve ilegal.

"Acreditamos que, com o passar dos pr�ximos dias, isso (a greve) deva acabar. E uma vez que a greve � abusiva, os servidores ter�o descontados esses dias", diz Sim�o.

Greves no INSS somam quase 400 dias desde 2000

Fonte: G1
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir