Categoria Economia  Noticia Atualizada em 02-07-2009

Produção industrial cresce, mas está longe de nível pré-cris
Atividade na indústria cai 5,1% em 12 meses, maior queda desde 1991, e produção atinge nível de junho de 2006
Produção industrial cresce, mas está longe de nível pré-cris
Foto: Agência Estado

RIO - A produção industrial brasileira voltou a subir em maio, confirmando os sinais de recuperação gradual do setor no País, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os níveis de atividade, porém, ainda estão muito abaixo dos registrados antes do agravamento da crise econômica mundial, em setembro do ano passado.

indústria do IBGE, Isabella Nunes, a indústria chegou em maio a um patamar de produção similar a junho de 2006. Em abril, estava ainda no patamar de produção de abril de 2005, sendo que no auge dos efeitos da crise sobre o setor, em dezembro do ano passado, a indústria havia recuado ao patamar de 2004. Em 12 meses, a queda acumulada na produção, de 5,1%, é a pior desde o início da série histórica do IBGE, em 1991.

A atividade na indústria subiu 1,3% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, a quinta alta consecutiva nessa base de comparação. Ante maio do ano passado, porém, a atividade caiu 11,3%.

Setores

Na passagem de abril para maio, todas as categorias de uso melhoraram o ritmo de produção, sendo que os bens de consumo duráveis lideraram com crescimento de 3,8%, seguidos por bens de consumo semi e não-duráveis (1,3%) e bens intermediários (1,2%).

Os bens de capital, que sinalizam os investimentos, com expansão de 0,7%, ficaram abaixo da média de crescimento de 1,3%. O avanço na produção atingiu 20 das 27 atividades, com destaque para a indústria farmacêutica, de veículos automotores e metalurgia básica.
Na comparação com maio do ano passado, todas as categorias de uso registraram decréscimo, com bens de capital registrando a maior queda, de 22,8%. A produção de bens duráveis caiu 13,7%, os bens intermediários recuaram 13,8% e os bens de consumo semi e não-duráveis cederam 1,8%.

Entre as atividades, a queda na indústria refletiu o comportamento negativo de 22 das 27 pesquisadas, com destaque para o impacto da retração de 28,0% de máquinas e equipamentos.

Com base no índice de média móvel trimestral, a indústria geral acumulou, de fevereiro a maio deste ano, crescimento de 4,2% - com bens de consumo duráveis aumentando 22,7%, bens intermediários expandindo 3,7% e bens de consumo semi e não-duráveis, 3,2%. A exceção foi bens de capital, com perda de 5,9%.

"Esse perfil de desempenho sugere que o fator de peso na recuperação de 2009 está associado a setores relacionados à demanda interna, enquanto os segmentos produtores de bens de capital e para exportação continuam pressionando negativamente", avaliou o IBGE.

Produção industrial cresce, mas está longe de nível pré-crise

Fonte: Estadão
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir