Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 23-07-2009

PARA CONHECER O MUNDO
No �ltimo fim de semana eu estava conversando com amigos, quando um deles se despediu dizendo...
PARA CONHECER O MUNDO

No �ltimo fim de semana eu estava conversando com amigos, quando um deles se despediu dizendo que estava de mudan�a para uma cidade pr�xima, onde iria estudar e teria que aprender a se virar sozinho. As opini�es foram diversas, mas lembro que eu comentei assim: "vai ser �timo, tenho certeza. Isso mesmo, voc� tem mais � que conhecer o mundo!" E todos riram de mim. "Sua maluca! E desde quando conhecer uma cidade que fica a 90 km daqui � conhecer o mundo?" E, a partir de ent�o, eu me peguei viajando nessa id�ia.

Para conhecer o mundo eu n�o preciso sair da minha cidade, eu tenho � que mudar a minha percep��o para entender melhor o que est� � minha volta. Se eu n�o observo nada e n�o trabalho na minha cabe�a a impress�o que eu tenho das coisas, n�o adianta eu viver viajando pelo mundo, que eu simplesmente n�o vou conhecer direito nada mesmo.

Se eu viajo em uma excurs�o para Paris, por exemplo, eu posso conhecer muitas coisas, e certamente vou me encantar com visitas a diversas atra��es tur�sticas, das mais lindas que temos not�cia. Mas se eu realmente me interesso pela viagem, eu vou processando cada informa��o, cada imagem, e isso passa a fazer parte da bagagem que eu vou trazer de volta.

Se eu vou na viagem s� de "au�", pra falar que eu fui, provavelmente vou trazer lembran�as passageiras, lembran�as de algo que eu vi, e n�o que eu vivi. A Torre Eiffel � a mesma vista de perto ou pela televis�o. O que muda � a experi�ncia de quem viveu o momento de estar l�, p�de ver, ouvir, pegar, sentir o cheiro e sentir o gosto das coisas de Paris, e armazenou tudo isso na mem�ria. Para viver, temos que botar a alma nas coisas que fazemos, porque o que vivemos intensamente cria ra�zes dentro de n�s.

Se eu me sento em um banco de pra�a, sozinho, quieto, eu consigo perceber o ambiente, a fisionomia das pessoas, os costumes, a rotina do local, o barulho das crian�as, dos carros, da natureza. E isso � universal, aqui, a�, ou em qualquer cidade do mundo.

Acredito que, para conhecer o mundo, a gente tem que ter tr�s coisas: vontade, disposi��o e aten��o. A vontade � o desejo de fazer alguma coisa, � o que te motiva e te tira do lugar comum. Se eu quero muito uma coisa, eu j� estou melhor que aqueles que n�o querem nada. A disposi��o � o primeiro passo, � aquela respirada funda em que a gente enche os pulm�es e diz: ou vai ou racha! E a gente vai. A aten��o � o radar que n�s desenvolvemos quando queremos usufruir mais das nossas potencialidades. Quando estamos atentos, sabemos a hora de falar, a hora de calar, a hora de agir e a hora de n�o fazer nada e esperar. Entendemos um olhar ou uma express�o corporal, e conhecemos melhor o �ntimo das pessoas, o ritmo da natureza.

Conhecer o mundo come�a em conhecermos a n�s mesmos. Queremos entender os nossos medos e as nossas alegrias, e para isso temos que botar a cabe�a no travesseiro e refletir. Para conhecer a nossa cidade, temos que quebrar o preconceito e procurar entender as pessoas, ao inv�s de julg�-las. Para conhecer o mundo, temos que estar receptivos �s milhares de informa��es que est�o a�, dispon�veis ao nosso radar, aonde quer que estejamos. E o mundo est� por a�, em cada cidade, em cada casa, em todo lugar.

Ao amigo que est� de mudan�a, eu desejo boa sorte. Se ele vai encontrar o que est� buscando, eu ainda n�o sei. Mas sei que s� o fato dele ter tomado esta decis�o j� diz, no meu entendimento, que ele est� no caminho certo.

Fonte: O Autor
 
Por:  Isabella Marinuzzi    |      Imprimir