Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 07-09-2009

CPI DOS TERNOS
Para ocupar o trono se envolveu no recebimento de 30 mil francos de um empreiteiro ligado à igreja...
CPI DOS TERNOS

Em meados de 1700 Luís XIV, o rei-sol, se envolveu num episódio que ficou conhecido, em termos atuais, como a "CPI dos Ternos".

Para ocupar o trono se envolveu no recebimento de 30 mil francos de um empreiteiro ligado à igreja, Henry Tartoulouet, que em contrapartida seria o construtor da sede do Parlamento Francês. Esse dinheiro seria pra comprar os votos necessários à nomeação de Luís XIV.

Jean Claude Baptist Colbert e Ferdinand Diderot, lobistas, receberam o dinheiro, fizeram festas nababescas, compraram um terno para cada representante do parlamento e deixaram o empreiteiro a ver navios. Mas, esse, foi cobrar de Luís XIV que alegou nada saber.

No entanto, Madame de Sévigné, que fora deixada de fora porque não usava terno descobriu que as notas de pagamento dos ternos foram emitidas por Luís XIV.

O caso foi abafado, mas Henry Tartoulouet queria seu dinheiro de volta ou a empreitada prometida e Luís XIV vendo se aproximar o fim do seu reinado se comprometeu a realizar a obra e tudo terminou, na linguagem atual, em pitzza.

Durante a campanha presidencial em que Lulla foi reeleito correu a seguinte piada a respeito do vice-presidente José de Alencar: pipocava, ainda, a lembrança do mensalão, apostas diziam que Lulla não agüentaria a parada, então o vice comprou 3 ternos: um preto, para o caso de suicídio do presidente, um azul-marinho, para a posse, e um cinza, para o primeiro dia de trabalho.

Aqui em Marataízes o prefeito, Dr. Jander, enfrenta as dificuldades naturais de "político de 1ª viagem" e os boicotes deixados pelo alcaide anterior e, por fim, a pior de todas as ameaças: a ambição desmedida daqueles que lhe cobiçam o cargo e que já providenciaram os 3 ternos.

Consta que a pedido do prefeito TODOS os secretários botaram o cargo a disposição e que o prefeito viajou deixando no ar o suspense sobre o final dessa novela. No meu, modesto e quase sempre equivocado, entendimento um erro. Os que forem mantidos, embora constrangidos com o "forçado pedido", poderão se vingar (sim, porque a vingança é um prazer maior que o perdão) e os que saírem (e estes já o sabem) já estão, certamente, se vingando. Maquiavel ensinava que "o bem deve ser feito a conta-gotas e o mal de uma vez só" (o popular "cortar o mal pela raiz"). Também o secretariado, salvo exceções, se houver, do Dr. Jander prepara os 3 ternos.

Fonte: O Autor
 
Por:  Manoel Manhães    |      Imprimir