Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 22-10-2009

O IMPERADOR DO ESPIRITO SANTO
Quando assumiu o governo do Espírito Santo em janeiro de 2003, ninguém imaginava que Paulo Hartung estava começando a formar um grande império político no estado.
O IMPERADOR DO ESPIRITO SANTO
Foto: www.maratimba.com

Quando assumiu o governo do Espírito Santo em janeiro de 2003, ninguém imaginava que Paulo Hartung estava começando a formar um grande império político no estado.

Uma das grandes decepções políticas de Hartung, foi sem duvida, a derrota para José Ignácio na convenção do PSDB em 1998 para a escolha do candidato a governador pelo partido.
Acusando a cúpula do PSDB de traição, Hartung se aliou a alguns políticos tradicionais do estado e se candidatou a senador, obtendo a maior votação até então registrada para um senador.

Até o episódio da trágica convenção, Hartung tinha construído uma carreira política invejável, Presidente de diretório Estudantil, Deputado estadual, Deputado Federal e Prefeito da Capital Vitória, uma carreira brilhante, mas dentro da normalidade.

As más línguas dizem que quando perdeu a convenção do PSDB em 98, Hartung comprou o livro de Maquiavel (O PRINCIPE) e o transformou em livro de cabeceira e que não toma nenhuma decisão sem consultá-lo.

Depois de se eleger senador, Hartung começou a caça as bruxas, visando obviamente às eleições de 2002. Articulou um forte grupo de oposição, que contava com o apoio de Ferraço, Ricardo Ferraço, Max Mauro, Max Filho e alguns prefeitos e deputados insatisfeitos com o governador José Ignácio. O objetivo claro desse grupo era desestabilizar o governo Zé Ignácio.
Com um governo cambaleante e atolado em corrupção, Zé Ignácio foi presa fácil. E o escolhido para dar o tiro de misericórdia foi Ferraço, que em 2000 apresentou várias denuncias de corrupção, atingindo e aniquilando toda cúpula do então governador.

Com o caminho livre para se candidatar ao governo, Hartung tinha que resolver outro problema, Max Mauro, que também pleiteava a candidatura. Sem qualquer cerimônia, Hartung excluiu os Mauro do grupo e passou a tratá-los como adversários.

Zé Ignácio chega em 2002 sem condições políticas de reeleição. Hartung, apoiado por políticos tradicionais do Estado se candidata e tem como adversários Max Mauro e Paulo Ruy Carnelli, este ultimo notadamente um laranja para atacar Max Mauro.

Como todos sabem, Hartung vence as eleições no primeiro turno e em 1° de janeiro de 2003 assume o governo e começa o pesadelo para muitos políticos no estado.

Primeira providencia que o então governador adota é mostrar o chicote para a Assembléia Legislativa, anulando a eleição que deu a vitória ao deputado Geovanni Silva, vitória esta articulada pelo seu arquiinimigo José Carlos Gratz.

A atuação de Hartung neste episodio se deu no sentido de eleger Cláudio Vereza, assim atingindo seu intento e agradando o presidente lula e de quebra mostrou para os deputados quem é que manda.

Entretanto alguns deputados não se submeteram aos caprichos do novo Imperador, foi o caso do jovem deputado Rudinho, que em resposta a sua independência aos ritos palacianos foi deputado de um mandato só.

A segunda providencia do governador foi cortar todos os investimentos estaduais na cidade de Vila-Velha reduto à época de seus maiores desafetos políticos, Max Filho e Max Mauro, com isso prejudicando milhares de famílias com sua política imperialista.

Querendo dominar toda estrutura de poder do estado, em 2005 Hartung declara guerra ao Tribunal de Contas do Estado, tentando de todas as maneiras desmoralizar o órgão, que não era simpático a ele, conseguiu de certa maneira desgastar os conselheiros, mas aos poucos o Tribunal está voltando ao normal.

Em 2006 Hartung chegou ao cumulo do imperialismo. Em uma entrevista ao jornal A GAZETA ele propôs aos políticos do estado uma candidatura única, a dele obviamente, mas Sérgio Vidigal se candidatou e salvou a democracia no Espírito Santo.

Em 2008 o governador atuou de maneira ainda mais contundente para ganhar o maior numero de prefeituras possíveis, numa estratégia para facilitar a vida de Ricardo Ferraço em 2010, conseguiu eleger vários aliados em todo estado, mas teve derrotas retumbantes, como foi o caso de Cachoeiro de Itapemirim, onde Carlos Casteglione (PT) destronou Ferraço. Em Colatina o ex-prefeito Guerino Balestrassi também não aceitou a interferência do governador, e elegeu Leonardo Deptulski (PT), para desespero de Hartung, que queria eleger Paulo Folleto (PSB) e dominar um importante reduto eleitoral.

Para consolidar e fechar com chave de ouro seus oito anos de domínio eleitoral no Espírito Santo, o governador vai tentar de todas as maneiras eleger seu sucessor. Seria vergonhoso para um governador tão bem avaliado pela população, não conseguir fazer seu sucessor. Só que ele não contava com a rebeldia de Luiz Paulo Vellozo Lucas, que já declarou que será candidato e não contava com a assombrosa ascensão do senador Renato Casagrande. Dois aliados que agora ameaçam os planos imperiais de "JULIUS CÉSAR HARTUNG".


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Mário Moreira    |      Imprimir