Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-12-2009

Jovens estudam cada vez mais e retardam entrada no trabalho, diz Ipea
Brasileiros entre 15 e 29 anos representam 26,2% da popula��o.Dados mostram que acesso ao ensino superior ainda � restrito.
Jovens estudam cada vez mais e retardam entrada no trabalho, diz Ipea
Foto: Daigo Oliva/G1

Os jovens t�m cada vez mais anos de estudo e retardam a entrada no mercado de trabalho, de acordo com an�lise feita pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea).

A an�lise se baseia na Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (PNAD) de 2008, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

O Ipea considera como jovens a popula��o entre 15 e 29 grupos - 49,7 milh�es de pessoas, ou 26,2% da popula��o total -, sendo que h� tr�s subgrupos: jovem adolescente (15 a 17 anos), jovem jovem (18 a 24 anos) e jovem adulto (25 a 29 anos).

De acordo com os dados, entre os jovens adultos, a pesquisa mostra que o grupo tem 9,2 anos de estudo, o que representa 3,2 anos a mais do que a popula��o com mais de 40 anos.

Os dados mostram ainda que quanto a maior a faixa et�ria do jovem, maior a taxa de analfabetismo. Entre os jovens de 15 a 17 anos, 1,7% s�o analfabetos - em 1998, o �ndice era de 8,2%. Entre os de 18 a 24 anos, 2,4% s�o analfabetos - eram, em 1998, 8,8%.

"O avan�o representado pela redu��o substancial do analfabetismo na faixa et�ria entre 15 a 17 anos e na faixa de 18 a 24 anos mostra o aumento da capacidade do sistema educacional em incorporar e alfabetizar crian�as e jovens. Pode-se tamb�m constatar pela tabela 1 que a incid�ncia do analfabetismo � tanto maior quanto mais elevada � a faixa et�ria dos jovens brasileiros. Os jovens adolescentes, portanto, t�m menor incid�ncia de analfabetos, o que n�o deixa de ser uma conquista dessa nova gera��o", diz a an�lise.

Fora da escola

A an�lise do Ipea diz ainda que 15,9% dos jovens entre 15 e 17 anos est� fora da escola. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 64,4% n�o estudam mais. Na faixa et�ria entre os 25 e os 29 anos, o percentual passa para 87,7%.

Entre os que sa�ram da escola entre os 18 e 24 anos, s� 2,3% t�m ensino superior completo - n�vel, segundo a an�lise, adequado a essa faixa et�ria. Na faixa de 25 a 29 anos, o �ndice de ensino superior completo passa para 10,2%.

O ensino superior � restrito, conforme os dados do Ipea. Apenas 13,6% dos jovens de 18 a 24 anos frequentam a faculdade

Mercado de trabalho

Segundo a pesquisa, cada vez menos jovens adolescentes entram no mercado de trabalho. Em 10 anos, a taxa de participa��o desse grupo no mercado de trabalhou caiu. Em 1998, eram 45% trabalhando. Em 2008, 37% dos jovens de 15 a 17 anos trabalhavam. Segundo o Ipea, a queda ocorreu para ambos os sexos.

"A boa not�cia � que esta queda foi mais aguda entre os homens, reduzindo a desigualdade de g�nero nessa fase da vida, pois os homens, geralmente, mais do que as mulheres, sofrem grande press�o para entrarem precocemente no mundo do trabalho", diz a an�lise.

Mulheres

A an�lise mostra que mulheres jovens, de 18 a 29 anos, t�m menos espa�o no mercado de trabalho. "As mulheres pobres tendem a assumir o trabalho dom�stico em detrimento do estudo e de atividades laborais externa ao lar. Observa-se que tal tend�ncia independe da condi��o de maternidade, ou seja, vale tanto para as jovens pobres com filhos quanto para as jovens pobres sem filhos."

Desigualdade racial

O Ipea analisou ainda a contribui��o da desigualdade regional para a desigualdade racial no Brasil. "As regi�es do Brasil meridional, mais ricas, apresentam maior porcentagem de pessoas brancas do que as do Brasil setentrional: do Oiapoque ao Chu�, a popula��o embranquece e a renda aumenta. Assim, pode-se demonstrar que, mesmo se n�o houvesse desigualdade racial dentro das regi�es, ainda haveria desigualdade racial no Brasil."

Ainda segundo a an�lise, "racismo e discrimina��o fazem parte de um conjunto complexo de fatores que determinam a reprodu��o da desigualdade racial ao longo do tempo, dentre os quais figuram as desigualdades regionais e a elevada desigualdade de oportunidades que caracteriza o regime brasileiro de mobilidade social. Portanto, pol�ticas espec�ficas para a popula��o negra s�o necess�rias, por�m n�o suficientes para resolver o problema da desigualdade racial no Brasil".


Fonte:

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Por:  Catarina Rezende de Carvalho    |      Imprimir