Categoria Politica  Noticia Atualizada em 03-12-2009

Ciro Gomes volta a defender Lula sobre novo mensalão
Em Maceió, ex-ministro e deputado federal diz que não faz de sua candidatura uma obsessão e diz que partido respeita aliança divergente em Alagoas.
Ciro Gomes volta a defender Lula sobre novo mensalão
Foto:http://oglobo.globo.com/fotos/2009/10/06/06_MVG_ciro-go


O ex-ministro da Integração Nacional e deputado federal pelo Ceará, Ciro Gomes (PSB), defendeu o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) sobre as acusações de corrupção contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) – contra quem já se cobra a abertura de processo de impeachment. O deputado foi um dos palestrantes, na manhã desta quinta-feira, da 1ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, cujas atividades prosseguem até este sábado (04), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá, em Maceió.

Em coletiva à imprensa, Ciro disse que o presidente Lula ‘não passou a mão por cima da cabeça do governador’. Antes disso, porém, recebeu o título de cidadão honorário – aprovado, por unanimidade, em sessão plenária da Assembleia Legislativa de Alagoas – das mãos dos deputados Álvaro Guimarães e Alberto Sextafeira, ambos do PSB.

"Tem-se de levar em consideração que todo acusado tem direito à presunção de inocência, além do que o ônus da prova cabe a quem acusa. Quem conhece ferramentas como o fotoshop sabe que cenas como aquelas [gravação mostra o governador recebendo dinheiro] podem ser manipuladas. Reconheço que o fato é constrangedor, mas, ainda assim, é preciso que se analise o caso com serenidade. E isso não significa dizer que estejamos sendo tolerantes", comentou o deputado, que também respondeu a indagações dos jornalistas no que diz respeito às composições locais, visando às eleições do próximo ano.

"Respeitaremos e ouviremos todos. Isso é normal dentro do processo. Faremos uma reunião nacional em que cada caso, em especial, será discutido. Neste encontro, diremos que o arco preferencial de alianças provavelmente não terá o PSDB. Mas as exceções locais serão avaliadas", analisou o deputado, sobre o apoio de seu partido à candidatura, à reeleição, do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). "Respeito porque considero a qualidade de nossa militância em Alagoas. Por isso, aqui não temos muita explicação a dar, devido ao empenho de lideranças como Kátia Born [atual secretária de Estado da Ciência e Tecnologia] e Givaldo Carimbão [deputado federal]", complementou Ciro Gomes.

"O PSB, em Minas Gerais, apoia o Aécio Neves [tucano que deve sair candidato à presidência], enquanto que, nos três estados que governa, tem o PT na base de sustentação. Nós estamos passando por um processo de transição, caminhando para o status de partido grande, com personalidade própria", avaliou o parlamentar, acrescentando que o Partido Socialista Brasileiro ‘deverá fazer de três a quatro deputados federais em 2010’. "E ainda ganharemos, com segurança, o Senado pelo Amapá [terra do presidente do Senado], rivalizando com o José Sarney [PMDB]", entusiasmou-se.

Na ocasião, Serra também fez duras críticas ao governador de São Paulo e pretenso candidato à Presidência da República em 2010, José Serra (PSDB), que, quando ministro da Saúde do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), para Ciro Gomes, ‘deixou muito a desejar’. "O Brasil demorou quinhentos anos para acumular uma dívida pública de trinta e oito por cento do PIB [o Produto Interno Bruto, que mede a produção de riquezas do país]. Em oito anos, no governo de FHC, este percentual subiu para setenta e oito por cento", alfinetou Ciro Gomes.

Contudo, o deputado cearense disse não fazer de sua candidatura ‘uma obsessão’, dando mostras, mais uma vez, de que poderá desistir da disputa para presidente em outubro do ano que vem. "A natureza de minha candidatura tem características de uma guerrilha. Ponho-me contrário à mesquinha relação entre o PT e o PSDB, sobretudo em São Paulo. Na eleição de noventa e quatro, apoiei o FHC e o Lula até ficou chateado, por não compreender que o Plano Real era uma coisa séria. Mas estive com Lula nos piores momentos, como na ocasião em que explodiu o mensalão. Somos aliados do presidente Lula, e ele nos quer bem. Mas preciso construir minha candidatura de fora para dentro", avaliou.

Quando perguntado se há a possibilidade de se governar sem recorrer ao assistencialismo, Ciro Gomes foi enfático. "É perfeitamente possível governar sem safadeza, mas não sem aliança, desde que esta seja feita às claras, discutindo-a com o povo", afirmou o deputado, criticando ‘a visão que se faz da política atual’. "Inculca-se na cabeça das pessoas que a política é algo repudiável, fazendo com que a nossa democracia, com apenas 21 anos de idade, fique esclerosada", emendou.

Carreira política

Ciro Gomes foi eleito o governador – quando ainda era filiado ao PSDB – mais jovem do país, em 1990, quando tinha 32 anos de idade. Antes, porém, exerceu o cargo de deputado estadual pelo Ceará, com apenas 24 anos, sendo reeleito em 1986. Dois anos depois, abandonou o Legislativo para ser prefeito de Fortaleza, de onde seguiu para o Palácio Iracema, sede do Governo do Ceará, onde o também advogado paulista está radicado desde 1964.

Hoje com 52 anos, o ex-ministro da Fazenda [no governo de Itamar Franco] e da Integração Nacional [no atual governo] foi eleito, em 2006, o deputado federal – cargo que continua a exercer – mais votado, proporcionalmente, do Brasil (com mais de 16% dos votos).


Ciro Gomes volta a defender Lula sobre novo mensalão
Em Maceió, ex-ministro e deputado federal diz que não faz de sua candidatura uma obsessão e diz que partido respeita aliança divergente em Alagoas.


Fonte: gazetaweb
 
Por:  Adriano Costa Pereira    |      Imprimir