Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 27-01-2010

SER OU NíO SER DOUTOR, EIS A QUESTíO?
Prezados leitores de minha coluna, a matéria sobre o ato médico me fez correr atrás de uma palavra que causou um certo incomodo nos comentários: DOUTOR.
SER OU NíO SER DOUTOR, EIS A QUESTíO?
Foto: www.maratimba.com

Prezados leitores de minha coluna, a matéria sobre o ato médico me fez correr atrás de uma palavra que causou um certo incomodo nos comentários: DOUTOR. Bem, achei apropriado pesquisar sobre sua origem e significado e explicar rapidamente para que os que assim entitulados são ou não, saibam a razão de serem ou não chamados assim.

Antes de qualquer coisa devemos entender que a palavra DOUTOR não faz parte da relação de pronomes de tratamento nem no Brasil, nem em Portugal. Ser ou não ser Doutor: eis a questão?! Para ser chamado assim, diga-se de passagem que é uma das palavras mais antigas do vocabulário latino/romano, já sendo citado séculos antes de Cristo. Ou seja, numa época em que ainda não haviam UNIVERSIDADES. As primeiras universidades do mundo foram criadas na época medieval em Londres, Madrid, Sevilla, Roma, e os primeiros cursos eram na área de medicina e direito (estendendo-se mais tarde: arquitetura (abrangia engenharia/matemática/cosmologia/cartografia) letras (filosofia, gramática e filologia) e religião (teologia). Mas, enfim, as pessoas que eram mestres em algo, já eram chamadas antes mesmo das universidades: de DOUTORES. Significado: aquele que ensina e/ou transmite um saber específico. Este título foi empregado aos primeiros diplomados em direito e medicina que até hoje são chamados em diversos países de DOUTORES. Mais tarde com a evolução da graduação acadêmica o título passou a ser empregado àqueles que possuiam o último grau que pode ser adquirido numa universidade para que um professor seja apto a lecionar em uma graduação.

Acho que o texto ficou bem explicado e conciso. Claro leitores, reportando-nos ao assunto ato médico, os doutores que me perdoem, mas eu não estou diminuindo um direito adquirido e nem tampouco insultando nossos doutores quando digo que o ato médico, tal qual está sendo proposto a votação, é um retrocesso à nossa saúde pública e privada. Não estou incentivando nossos enfermeiros às práticas abusivas, muito menos qualquer outro profissional relacionado no projeto ATO MÉDICO. Sem contar aqueles profissionais que mesmo que inderetamente estão inclusos e por essa mesma razão se veem de pés e mãos atados como os profissionais de ciências sociais.

A medicina vivia um relacionamente com seu paciente de ver e dizer, como o avanço e a modernidade o paciente passou a falar cada vez menos, pois os médicos concluiam que as "imagens" e resultados já compreendiam a verdade da situação e na atualidade, com o Projeto de Lei nº 25/02 e seu Substitutivo, ela tenta "diminuir a voz" de profissionais da Biologia, Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social - que na realidade são cooperadores da saúde num todo, não deveria haver quebra de braço e sim junção de forças. Se o médico fosse o detentor da verdade absoluta da saúde e obtivesse todos os conhecimentos necessários que explicação haveríamos de dar a criação destes cursos acima relacionados nas universidades? Os conselhos precisam juntamente como o ministério da saúde localizar as instituições e apreciar a grade curricular para que formados sejam aqueles que realmente se preparam com afinco, deve-se controlar os crimonosos que compram e atuam sem diploma genuíno, aqueles que abusam no uso de suas atividades, isso sim precisa ser feito no Brasil. Imaginemos um Brasil enorme sem médicos em várias cidades do Norte e Nordeste, onde as pessoas são atendidas por enfermeiros que muitas das vezes salvam vidas até que os mesmos consigam o atendimento de um médico (ou muitas vezes morrem sem um primeiro atendimento) Como nosso Senado poderia se atrever a colocar algemas em nossos profissionais corretos, responsáveis em suas atividades que salvam e tratam da saúde de inúmeros brasileiros onde os hospitais, postos de saúde e unidades de atendimento ainda não foram sequer implantadas. Não queremos que nossos psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e entre outros assuma a função dos médicos, queremos que eles cumpram com suas funções, que cooperem com os médicos. Então nos rótulos dos remédios acredito ler o seguinte: consulte seu médico ou farmaceutico. Será que o farmaceutico não está apto a me informar na falta de um remédio qual poderia ser o substituto do mesmo? Será que um enfermeiro numa escola não poderia diagnosticar se a criança precisa apenas de um curativo ou ser levada imediatamente a um hospital? Há de se imaginar as situações corriqueiras da vidas desses proficcionais e saber se para todas elas haveria de ter um médico para atender?

Prezado Observador, agradeço sua lenha na conversa, mas acredito que agora você poderia opinar nesta matéria com um olhar mais esclarecedor. Leitores, opinem, acompanhem a votação, o projeto ainda não foi votado, mas é bom acompanhar e se manisfestar a respeito - o Projeto de Lei 025/2002, deve ser visto, comentado e acompanhado com muita seriedade pois mexer na saúde de um país como o Brasil é algo sério e deve ser feito com seriedade e cuidado para não gerar problemas futuros e não ter de ver profissionais injustiçados com processos por se negarem a ajudar quando a LEI só quer mesmo atrapalhar.


Um abraço!


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Olivia Barros Miranda    |      Imprimir