Categoria Politica  Noticia Atualizada em 25-02-2010

Constrangido, Lula lamenta morte de opositor cubano
Lula e Ra�l Castro visitam Porto de Mariel
Constrangido, Lula lamenta morte de opositor cubano
Foto: Andr� Dusek/AE

T�nia Monteiro

HAVANA - Ao lado do presidente de Cuba, Ra�l Castro, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva passou a quarta-feira, 24, tentando esquivar-se de comentar a morte, na v�spera, do dissidente cubano, Orlando Zapata Tamayo - que estava preso e em greve de fome por 85 dias. S� � noite, ap�s a insist�ncia de jornalistas, o brasileiro limitou-se a "lamentar profundamente" o desfecho do protesto do opositor.

Lula, que chegou a Havana quase na mesma hora do an�ncio da morte de Zapata, evitou tamb�m emitir qualquer tipo de declara��o sobre den�ncias de viola��es de direitos humanos no pa�s, sob a justificativa de que n�o se intrometeria em assuntos internos de Cuba. Ra�l, por seu lado, lamentou a morte do ativista e responsabilizou os EUA por ela. O cubano disse-se disposto a conversar com Washington sobre "tudo", mas em igualdade de condi��es.

Pressionado por rep�rteres, Lula disse n�o ter recebido uma carta de grupos de direitos humanos que pedia uma reuni�o dele com dissidentes. Um dos grupos � liderado por Oscar Chepe, representante dos presos pol�ticos, que pretendia pedir a interfer�ncia de Lula pela liberta��o de mais de 200 detidos.

O assessor internacional do presidente, Marco Aur�lio Garcia, disse que a carta n�o chegou a Lula nem houve pedido de audi�ncia. "H� problemas de direitos humanos no mundo inteiro", declarou. O governo evita abordar quest�es delicadas de pa�ses que considera amigos.

Pela manh�, Lula e Ra�l se reuniram a 50 quil�metros de Havana, em visita ao Porto de Mariel, cujas obras ser�o realizadas pela construtora brasileira Odebrecht. Coube a Ra�l a iniciativa de se dirigir � imprensa. "Eu j� imagino a primeira (pergunta): o homem que morreu em greve de fome", ironizou. "Lamentamos muito. Ele (Zapata) foi sentenciado a 3 anos por ter causado problemas e foi levado aos nossos melhores hospitais. Morreu. N�s lamentamos muito", disse.

Em seguida, afirmou: "Em meio s�culo, n�o assassinamos ningu�m aqui. Aqui ningu�m foi torturado." E prosseguiu: "Houve tortura na Ilha de Cuba, sim senhor, mas na base de Guant�namo, que n�o � nosso territ�rio."

Questionado pelo Estado de que n�o � isso que dizem as entidades de direitos humanos, Ra�l reagiu: "Fale para eles que discutam conosco direitos humanos em igualdades de condi��es e vamos ver o que sai. Quem controla a imprensa? Voc�s s�o jornalistas e sabem disso. Quando escrevem algo que n�o conv�m ao dono o que acontece? Desde que um tal de Guttemberg inventou a imprensa, s� se publica o que quer o dono da imprensa."

Mais tarde, Lula se encontrou com o l�der Fidel Castro, na resid�ncia dele. Segundo os assessores do presidente, a visita durou mais de uma hora e Lula encontrou Fidel "recuperado" e "excepcionalmente bem". Segundo relato de Lula a assessores, a situa��o de Fidel hoje � muito diferente da que ele encontrou em 2008, quando o visitou em uma casa de repouso.

Constrangido, Lula lamenta morte de opositor cubano
Presidente se encontrou com Fidel e evitou comentar viola��es de direitos humanos em Cuba

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir