Categoria Politica  Noticia Atualizada em 30-03-2010

"Rolo compressor" de Durval pode levar mais gente para cadeia, diz Sombra
Ele disse saber de "achaques" para atrapalhar investiga��o de esc�ndalo.

Foto: G1

Robson Bonin

Ao deixar a Superintend�ncia da Pol�cia Federal depois de prestar depoimento nesta ter�a-feira (30), o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, revelou ter conhecimento de manobras de envolvidos no mensal�o do DEM de Bras�lia para atrapalhar as investiga��es em andamento no inqu�rito da Opera��o Caixa de Pandora. Sem citar nomes, Sombra disse existir uma a��o para "dificultar o trabalho da Justi�a e da Pol�cia".

Ao ser questionado se o "rolo compressor" mencionado na CPI da Corrup��o pelo piv� do esc�ndalo, Durval Barbosa, poderia levar mais envolvidos para pris�o, respondeu:
"depende da a��o deles. Se eles continuarem procurando dificultar o trabalho da Justi�a, da pol�cia, continuar fazendo rolo, achacando empres�rios, acredito que sim".

Principal respons�vel pela pris�o do ex-governador Jos� Roberto Arruda no dia 11 de fevereiro, Sombra � a testemunha que foi alvo de tentativa de suborno flagrada pela PF no dia 4 de fevereiro. Foi esse epis�dio que levou o Superior Tribunal de Justi�a (STJ) a ordenar a pris�o de Arruda.

Questionado se os autores dos achaques seriam empres�rios ou pol�ticos, Sombra respondeu: "Ambos." E confirmou: "Na cara de pau." O jornalista afirmou ainda "n�o ter medo de amea�a" e admitiu existir informa��es ainda n�o reveladas que poder�o complicar novos personagens no esc�ndalo e aprofundar as acusa��es j� existentes contra os envolvidos.

Sombra disse ter prestado depoimento para falar do inqu�rito do mensal�o. "Vim falar sobre o 650 [n�mero do inqu�rito no STJ que investiga o mensal�o do DEM], mas na verdade n�o falei quase nada. Apenas levei ao conhecimento deles [agentes] alguns fatos que est�o acontecendo aqui fora. Vim registrar aqui na PF. N�o me sinto amea�ado. Pode amea�ar a vontade. Quem nasce, um dia tem que morrer", brincou.

A crise desencadeada com as den�ncias de Durval levou � ren�ncia do vice-governador Paulo Oct�vio (sem partido , ex-DEM) e � perda do mandato do governador Jos� Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), por infidelidade partid�ria. Amea�ado de expuls�o do DEM, Arruda deixou a legenda, o que motivou a a��o por infidelidade. Ele n�o recorreu da perda de mandato e, com isso, se livrou de processo de impeachment que poderia lhe tirar os direitos pol�ticos.

Durval Barbosa
J� Durval prestou depoimento � CPI da Corrup��o da C�mara Legislativa do Distrito Federal por cerca de meia hora. Foi a primeira apari��o p�blica de Durval e ele avisou os parlamentares que iria utilizar o direito de permanecer calado durante o depoimento. Durval estava protegido por um habeas corpus do Tribunal de Justi�a do DF e n�o precisou responder �s perguntas dos parlamentares.

Antes de concluir sua participa��o na CPI, Durval deu um recado aos envolvidos no esquema de corrup��o do DF. "Se contrariei algum interesse espec�fico, n�o tenho culpa. O rolo compressor vem a�. Nem come�ou. E quem tiver sua culpa que assuma. Muita coisa vai acontecer", afirmou Barbosa, enigm�tico.

Durante a sess�o da CPI, Durval respondeu de maneira dura ao apelo dos deputados, que pediram para que ele declinasse o direito de permanecer calado. Ele explicou aos deputados que j� prestou mais de 40 depoimentos � "inst�ncias qualificadas", como Pol�cia Federal, Minist�rio P�blico, por exemplo.

Durval respondeu que "a sociedade tem muito mais vontade de ouvir Arruda e Paulo Oct�vio se explicarem como eu me expliquei. Tive coragem de me autoincriminar. N�o estava aguentando mais os achaques do seu Arruda, os achaques do seu Paulo Oct�vio, ent�o tive a iniciativa de me livrar desse mal que estava me corroendo", completou.

Diante das declara��es de Durval, o deputado Batista das Cooperativas (PRP)partiu para o ataque e criticou Barbosa. "N�o acho que o senhor prestou um servi�o para o Distrito Federal. Seu papel foi nefasto. Repudio inclusive a sua presen�a nesse sentido aqui de ficar calado. E se tivesse poder para tal, n�o aceitaria essa decis�o judicial. Discordo dela", afirmou Batista das Cooperativas.

Ao voltar a responder Batista, Durval disse n�o querer ser her�i. "Nunca tive a inten��o de ser her�i em nenhum momento. Disse que me autoincriminei. E � grave. � grav�ssimo. Quando eu me autoincrimino, n�o quero ser her�i. Agora, se contrariei algum interesse espec�fico, n�o tenho culpa. O rolo compressor vem a�", avisou Durval.

O ex-vice governador do Distrito Federal, Paulo Oct�vio, disse ao G1 que teve "apenas um encontro com Durval Barbosa em 2008 para tratar de assuntos pol�ticos. Depois n�o tive nenhum tipo de contato com ele. Jamais houve achaque da minha parte". O G1 entrou em contato com o advogado do ex-governador Arruda N�lio Machado, e aguarda retorno.

Grava��es
As grava��es feitas pelo ex-secret�rio levaram tamb�m � ren�ncia dos deputados distritais Leonardo Prudente (ex-DEM), flagrado guardando dinheiro nas meias, e J�nior Brunelli (PSC), que comandou uma ora��o ap�s receber um ma�o de dinheiro de Durval Barbosa.

Nesta segunda-feira (29), o ex-governador se manteve calado durante depoimento na Pol�cia Federal. Segundo seu advogado, N�lio Machado, o ex-governador ainda n�o teve acesso � �ntegra do inqu�rito que apura as den�ncias de corrup��o.

"O Minist�rio P�blico sabe tudo. O delegado provavelmente tamb�m. E eu s� vou permitir que o [ex-]governador se manifeste de forma plena na medida que eu tenha acesso irrestrito � apura��o feita at� agora. Est� faltando tudo. N�o tivemos acesso aos v�deos, �s per�cias", afirmou N�lio.

"Rolo compressor" de Durval pode levar mais gente para cadeia, diz Sombra
Ele disse saber de "achaques" para atrapalhar investiga��o de esc�ndalo.
Testemunha do inqu�rito do mensal�o do DEM prestou depoimento na PF.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir