Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-04-2010

Manifestações racistas no funeral de supremacista branco sul-africano
Apoiantes do movimento defensor do apartheid juntaram-se no funeral de Terre Blanche
Manifestações racistas no funeral de supremacista branco sul-africano
Foto: Johann Hattingh / AP

Eugene Terre Blanche foi enterrado, hoje, sexta-feira, em Ventersdorp, cidade natal do fundador do Movimento de Resistência Afrikaner. Durante a cerimónia foi entoado o hino sul-africano vigente durante o apartheid. Procurando acalmar as tensões raciais despertadas pela morte do supremacista, o presidente da África do Sul pediu calma.

Milhares de seguidores assistiram hoje, sexta-feira, ao funeral de Eugene Terre Blanche, o supremacista branco assassinado na semana passada na África do Sul.

A antiga bandeira sul-africana e a bandeira do Movimento de Resistência Afrikaner (MRA), cujo símbolo é semelhante à cruz suástica nazi, foram hasteadas durante o enterro em carrinhas nos terrenos circundantes. À entrada do caixão na igreja de Ventersdorp, os apoiantes de Terre Blanche, muitos dos quais vestiam uniformes, entoaram o hino nacional adoptado pela África do Sul na época do apartheid.

A igreja levantou a probição "Apenas Brancos" para que jornalistas negros pudessem cobrir o evento, e a polícia sul-africana patrulhou intensivamente as ruas para prevenir eventuais conflitos. No entanto, de acordo com a agência Reuters, alguns apoiantes de Terre Blanche insultaram um membro do Governo de raça negra que compareceu no funeral, chamando-o de "dona de casa".

O assassinato de Eugene Terre Blanche intensificou as tensões raciais na África do Sul nos últimos dias. O presidente sul-africano, Jacob Zuma, pediu calma ao MRA face às declarações emitidas pelo movimento.

"A morte de Terre Blanche marca uma altura em que os Boers devem fazer-se ouvir e declarar guerra contra o crime, especialmente crimes deste género", disse o secretário-geral do MRA, Andre Visagie, citado pela Reuters. "Vamos tentar todos os meios de negociação pacífica com o Governo, mas se isso não resultar vamos lutar pelo nosso país".

Entretanto, o líder da Liga da Juventude sul-africana, Julius Malema, foi chamado pelo Congresso Nacional Africano para explicar as suas acções recentes. Malema foi acusado, em Março, de inflamar as tensões raciais na África do Sul ao ter cantado uma canção de libertação negra que incluía a frase "Morte ao Boer", banida pelos tribunais do país.

Eugene Terre Blanche foi assassinado no passado Sábado, alegadamente por dois dos seus trabalhadores negros, acusados de o terem espancado e agredido com um machado até à morte. Segundo a polícia, o crime terá sido cometido devido a um problema salarial.

Manifestações racistas no funeral de supremacista branco sul-africano

Apoiantes do movimento defensor do apartheid juntaram-se no funeral de Terre Blanche

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir