Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 14-04-2010

DIGA NíO AO ASSÉDIO MORAL – PARTE II
A prática do terrorismo psicológico é constante em muitas empresas brasileiras, sejam elas públicas ou privadas
DIGA NíO AO ASSÉDIO MORAL – PARTE II

A prática do terrorismo psicológico é constante em muitas empresas brasileiras, sejam elas públicas ou privadas. Dando continuidade à publicação anterior, que, assim como este, tem por fonte o sítio www.assediomoral.org, mostraremos aqui alguns exemplos de como acontece a violência psicológica no trabalho. Exemplo de uma bem evidente é a demissão e/ou exoneração via telefone, mas não pára por aí, como veremos a seguir:
Os agressores, ou seja, os ‘chefes’ (gerentes, diretores, patrões) utilizam as mais diversas formas para praticar o assédio moral, entre outras, destacam-se: impedimento da livre expressão e não explicar o porquê; fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares; culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar; desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.

Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/as pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele/a que apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar público algo íntimo do/a subordinado/a, não explicar a causa da perseguição, também são exemplos nítidos de assédio moral.

Muitas também são as frases discriminatórias utilizadas pelo agressor, como: "Você é mesmo difícil... Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso... e só você não consegue!"; "É melhor você desistir! É muito difícil e isso é pra quem tem garra!! Não é para gente como você!"; "Não quer trabalhar... fique em casa! Lugar de doente é em casa! Quer ficar folgando... descansando.... de férias pra dormir até mais tarde...", etc.

Diante de toda essa informação, se você estiver passando por situação parecida, procure seus direitos. O que a vítima deve fazer? Resistir: anote com detalhes todas as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário). Dê visibilidade, procure ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.

Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Exija por escrito, explicações do ato agressor e permaneça com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Procure seu sindicato e relate o acontecido para diretores e outras instâncias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina. Recorra ao Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores e conte a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.

No próximo encontro abordaremos sobre como identificar o assédio moral e como reagir. Por hora, se você perceber que está sendo perseguido, busque apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania, mas lembre-se: no trabalho, fato isolado não é assédio moral. Ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras.

    Fonte: O Autor
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir