Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 26-04-2010

DIGA NíO AO ASSÉDIO MORAL – PARTE III
À medida que as relações entre empregados e chefias ficam mais tensas
DIGA NíO AO ASSÉDIO MORAL – PARTE III

À medida que as relações entre empregados e chefias ficam mais tensas e os funcionários não sabem ao certo por que estão sendo perseguidos, o terror e o sofrimento se acentuam. Neste encontro de hoje abordaremos sobre como identificar o mal e de que forma reagir.
Antes, porém, se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!
Normalmente, a vítima de assedio moral é acometida de palpitações, de extremo cansaço, de ansiedade, de irritabilidade, de problemas digestivos, de crises de choro, de insônia, de dores de cabeça, de dores generalizadas e mal-estar. Em situações mais graves, pode incidir hipertensão, depressão, alcoolismo e tentativa de suicídio.

A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP), Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

Como identificar o problema? É notório que as vítimas entram em um universo de isolamento, em parte criado pelo agressor, em parte construído por elas próprias, em que não encontram apoio de colegas ou amigos para se aconselhar ou reagir. Aliás, nem sabem ao certo o que fazer e se reagir é a melhor alternativa. Especialistas, por sua vez, defendem que se deve, sim, buscar ajuda e jamais enfrentar o agressor sozinho.

"O agressor é quase sempre um covarde. Uma vez que ele encontrar uma barreira para prosseguir, seja pelo posicionamento da vítima, ou por intermédio de terceiros, ele tenderá a mudar de comportamento", revela o professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), José Roberto Heloani.

Bacharel em Direito e doutor em Psicologia Social, Heloani friza que é preciso, portanto, se posicionar. Neste caso, aquela célebre frase: as pessoas só fazem com a gente aquilo que permitimos que elas façam, tem fundamento, sim. Desta forma, no primeiro momento em que você perceber uma atitude hostil do patrão e enxergar que isso se repete com freqüência chame-o para uma conversa franca. "Muitas vezes o conflito que desencadeia o assédio moral pode surgir de um mal entendido", lembra Heloani.

Assim, para não dar mais proporção aquilo que não está bem resolvido, abra o jogo. Segundo especialistas, isso deve ser feito, preferencialmente, na presença de uma terceira pessoa que identifique a suposta perseguição ou agressividade. O especialista ainda aconselha as vítimas a procurarem o departamento médico da empresa ou o gestor do seu chefe. Em muitos casos, o superior de seu patrão pode reconhecer essa deficiência dele e tomar uma atitude. Convém lembrar, porém, que este tipo de comportamento é comum em gestores que têm uma mente mais aberta. Do contrário, a investida pode não dar em nada, ou pior, se tornar um revés para você.

    Fonte: O Autor
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir