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O barato que continua saindo caro

Os baixos preços oferecidos em tais eventos escondem custos muito maiores que o valor da mercadoria em si, os quais também devem ser levados em conta.

Com espanto observo que grande parte dos consumidores e dos legisladores vê com bons olhos as feiras itinerantes que costumam circular pelo litoral do Espírito Santo, em especial no litoral sul, nos meses de verão, oferecendo uma grande variedade de produtos a preços relativamente baixos.

Os baixos preços oferecidos em tais eventos escondem custos muito maiores que o valor da mercadoria em si, os quais também devem ser levados em conta.

Os produtos comercializados pela maioria dos componentes destas feiras são de reconhecida baixa qualidade e, também na maioria das vezes, vendidos sem a respectiva e necessária nota ou cupom fiscal, bem como sem nenhuma observância das normas metrológicas. Em português reformado: Nada de Garantia! Somemos esse risco ao preço inicial e o valor já não é tão baixo assim.

Entretanto, o maior custo embutido nestas feiras é o de caráter social. Sabe-se que a maioria destes eventos enfraquece o comércio local, presa fácil de sua concorrência, por vezes desleal.

Daí em diante, a equação é cristalina: comércio enfraquecido = desemprego + queda de arrecadação de ICMS = população prejudicada. O resultado final desta conta também deve ser somado ao preço das mercadorias oferecidas em feiras itinerantes.

Enfim, considerados os custos ora demonstrados, os quais se escondem por trás do preço estampado na mercadoria, temos a demonstração prática daquela velha máxima do "barato que sai caro".

É necessária a conscientização no sentido de os eventos sazonais como os ora abordados não se revestem do caráter de chamarizes de turismo, tampouco de geradores de riquezas sustentáveis. O atrativo turístico de nossa região é a beleza natural da mesma, combinada com a receptividade de nosso povo. Geradores de riqueza sustentável são os que aqui fincaram raízes de seus empreendimentos, operando por todo o ano, e não apenas quando dobra ou triplica nossa população.

Fonte: O Autor

Por: CDL Marataízes e Itapemirim | Imprimir