Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 09-05-2010

PHD. EM TRAIÇíO.
E não se iludam TODO mundo é assim: venal! A resistência está apenas no valor.
PHD. EM TRAIÇíO.

Desde muito antes do rascunho da bíblia o ser humano trai o seu semelhante. Pode-se dizer que é um traço inato do ser humano. Mas, como a vida em sociedade é impossível sem que haja um mínimo de confiança entre as pessoas, todas as culturas condenam a traição. E isso costuma ser expresso nos mitos e histórias de cada povo.

Adão e Eva, no início dos tempos, traíram a confiança de Deus ao provar do fruto proibido. Foram expulsos do paraíso. O primogênito deles, Caim, também não se livrou da tentação. Por ciúme da preferência de Deus por Abel, convidou seu irmão para um passeio no campo que acabou se revelando uma emboscada para matá-lo. A traição seguida do assassinato envergonhou Caim e ele teve de desaparecer no mundo.

Só para continuar na cultura judaico-cristã, vale lembrar que o beijo de Judas na face de Jesus tornou-se o símbolo máximo da traição. O apóstolo enforcou-se pelo peso da consciência de ter trocado Cristo por dinheiro. Dois mil e dez anos depois, o termo "judas" é sinônimo de "traidor".

Já os antigos gregos criaram o mito de Medeia, a esposa traída pelo marido, Jasão, que se vinga dele matando os próprios filhos. A infidelidade de Jasão aos votos do casamento, portanto, é punida com a perda de sua própria descendência.

Até mesmo os brasileiros têm o seu grande traidor histórico: Joaquim Silvério dos Reis, o delator de Tiradentes. Embora tenha tido suas dívidas com a Coroa Portuguesa perdoadas como prêmio por ter revelado às autoridades quem eram os inconfidentes, acabou sendo punido pela História. Hoje é retratado como um vilão.

No mundo pragmático em que vivemos, porém, a traição deixou de ser uma vergonha, subvertendo a tradição histórica que permitiu à humanidade construir a civilização. Trair virou uma arma sem freios na busca de objetivos. Não que trair na política seja uma novidade. Isso sempre existiu. O que chama a atenção é a desfaçatez com que nossos políticos tratam abertamente a traição de colegas como estratégia para interesses próprios e, o que é pior, a nossa conivência com isso, vamos achando normal e já não nos indignamos com nada, absolutamente nada, enfim, eu quero o meu ($) e que se f*%@ o resto!

E não se iludam TODO mundo é assim: venal! A resistência está apenas no valor.

Ah, "o dinheiro não traz felicidade!?". Então me dê o seu (c/c. 02519-5, ag. 317, Itaú) e seja feliz!

Manoel Manhães - [email protected]

Fonte: O Autor
 
Por:  Manoel Manhães    |      Imprimir