Categoria Economia  Noticia Atualizada em 08-06-2010

Senado se prepara para aprovar reajuste para funcionários da
Guardado a sete chaves até aqui, os aumentos devem ter impacto de 9,82%, quase R$ 170 milhões, na folha de pagamento
Senado se prepara para aprovar reajuste para funcionários da
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Seguindo o exemplo da Câmara, que elevou os salários de seus servidores, o Senado se prepara para aprovar o plano de reajuste de cargos e salários dos funcionários. Guardado a sete chaves até aqui, os aumentos devem ter impacto de 9,82%, quase R$ 170 milhões, na folha de pagamento da Casa neste ano.

Um dos salários mais altos, o de consultor, hoje em média na casa dos R$ 14 mil, deve subir para R$ 22 mil, segundo o Estado apurou. A folha do Senado atualmente é de R$ 1, 7 bilhão. Polêmico, o assunto deve chegar à Mesa Diretora em reunião marcada para esta quarta-feira, 9. A pressão dos servidores para que o plano seja votado pode fazer com que a proposta entre na pauta de votação do plenário "na surdina", segundo alertaram alguns próprios parlamentares ontem. Se aprovado, o plano de reajuste terá impacto ainda maior em 2011: 12%.

Recentemente, o Senado já aprovou o plano de reajuste salarial para os servidores da Câmara, que produz impacto de R$ 500 milhões por ano. O pacote de bondades - originário da própria Câmara - inicialmente resultou em um aumento salarial médio de 15% para os concursados e de 33%, em média, para os sem concurso. Também instituiu o pagamento de um adicional de especialização que poderá significar cerca de mais 30% de acréscimo salarial.

O beneficio alcança 6.630 funcionários, segundo 3.300 concursados, 1.300 nomeados sem concurso e 2.030 aposentados. O adicional de especialização passa a contar para todos os concursados a partir do dia em que assume o cargo e se estende aos que já se aposentaram. O analista legislativo, cuja exigência para entrar na Câmara é ter pelo menos um curso superior, por exemplo, já vai ganhar no início de carreira 20% a mais, apenas pelo fato de ter a graduação obrigatória quando se inscreveu para o concurso público.

Sem contar o adicional de especialização, na Câmara, o menor salário sobe dos atuais R$ 3.427 para R$ 4.340. O maior salário vai de R$ 13.185 para R$ 17.352. Nesse caso, será agregado, no mínimo, 4 pontos ou 20% de adicional de especialização, o que chegará ao salário de R$ 20.822. Os consultores legislativos, considerados a elite da Casa, têm uma gratificação agregada ao salário. Com o reajuste, eles subirão de R$ 18,9 mil para em torno de R$ 22 mil.

Terceirizados. Na terça-feira, 8, um dia depois da divulgação de novas contratações pelo Senado, o diretor-geral da Casa, Haroldo Feitosa Tajra, divulgou nota negando que haverá aumento do número de terceirizados. No texto encaminhado à imprensa, ele diz que dos 34 contratos com empresas de terceirização de mão de obra que a atual gestão encontrou, hoje são 29. "A pedido do Senado todos passaram por auditoria do Tribunal de Contas da União, cujas recomendações estão sendo integralmente seguidas."

Diz o diretor na nota que "para eliminar desvios de função e atender à demanda de auxiliares administrativos, eles (terceirizados) foram englobados em um novo contrato, dividido em três grupos: apoio operacional (614 funcionários); apoio técnico, com 143, e apoio administrativo, com 512 postos de trabalho, que funcionarão em dois turnos".

Também na terça-feira, integrantes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estiveram reunidos com senadores para tratar de um segundo contrato feito para redução de despesas na Casa. O relatório final deverá ser apresentado na semana que vem. Atualmente o Senado tem cerca de 3.200 terceirizados. No total, os funcionários são de cerca de 10 mil.

Fonte: Estadão
 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir