Categoria Policia  Noticia Atualizada em 12-07-2010

Polícia: investigação sobre a morte de Mércia está pronta
A Polícia Civil de São Paulo considerou nesta segunda-feira a investigação sobre a morte da advogada Mércia Nakashima como pronta.
Polícia: investigação sobre a morte de Mércia está pronta
Foto: www.maratimba.com

A polícia previu relatar o inquérito e também pedir a prisão preventiva do ex-namorado dela, o advogado Mizael Bispo, suspeito do crime, ainda nesta quarta-feira. "Temos circunstâcias do crime, prova e motivação", disse o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marco Antonio Desgualdo.

Segundo os delegados que estão à frente do inquérito, apesar de mentir nos depoimentos e dizer a verdade apenas diante de provas apresentadas pela polícia, a história que o vigilante Evandro Bezerra da Silva conta é "elucidativa", e o rastreamento das ligações colocam ambos, Mizael e Evandro, no lugar do crime, a represa de Nazaré Paulista, onde o corpo foi encontrado em 11 de junho. "A certeza nossa e que ambos estavam no local", disse Desgualdo.

O vigilante afirma não ter ouvido o tiro, e relata apenas ter dado uma carona pra que Mizael saísse da região da lagoa. Neste momento, Mizael teria dito "já era, vamos embora".

Segundo a polícia, Evandro tentou negar qualquer participação no crime em Aracaju, onde foi preso na semana passada, mas diante das provas e informações apresentadas pelo delegado, acabou admitindo seu papel na trama. sempre amenizando a participação. Ele teria participado do crime por dinheiro e pela relação que tinha com Mizael, a quem prestava serviços de segurança.

A polícia disse que as circunstâncias do crime conferem várias qualificadoras ao homicídio de Mércia, entre estas o modo bárbaro como ela foi morta, impossibilidade de defesa e o fato de ela ter sido atraída para uma espécie de emboscada, "mediante artimanhas dissimuladas por parte do ex-namorado".

O titular da delegacia de Desaparecidos do DHPP, Antônio Olim, afirmou que o crime estava sendo tramado desde o início de maio e que havia encontros frequentes do vigilante com o advogado em um posto de Guarulhos. De acordo com a polícia, Evandro teu suporte para a execução de Mércia. Por sua família ter uma propriedade próxima à represa, o vigilante conhecia bem a lagoa e, segundo a polícia, ajudou Mizael a calcular a área mais funda para o carro da advogada ser jogado.

"Ele buscou o crime perfeito. Tinha certeza de que o carro não seria encontrado e, se não fosse o depoimento do pescador, não teria sido mesmo", disse Desgualdo, se referindo a um pescador que avistou o cadáver boiando no local.

O delegado Olim afirmou que Mércia e Mizael ainda mantinham uma relação cordial e próxima apesar do fim do namoro, em setembro de 2009. "Ela ainda saia como ele", disse o delegado. Para o advogado, Mércia ainda era sua namorada. "Mizael tinha certeza de que estava sendo traído", afirmou Olim.

Ainda segundo Olim, é indiferente o fato de Mizael confessar ou não o crime, já que a polícia tem material suficiente sobre sua participação na morte de Mércia. "Se ele confessar ou não, isso é um problema da defesa", disse.

Conforme os delegados, o próximo passo é prender Mizael e possivelmente fazer uma acareação entre os dois. A prisão do ex-namorado de Mércia foi decretada no sábado, mas o advogado dele disse que seu cliente não vai se entregar à polícia antes que seus recursos contra a prisão sejam julgados. Na manhã de terça-feira, haverá o depoimento de um segurança identificado como Ricardo, a quem Evandro teria dito que Mizael ofereceu R$ 5 mil para que o vigilante fizesse "uma coisa errada".

Mércia, 28 anos, desapareceu em 23 de maio e foi encontrada morta no dia 11 de junho em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. Exames comprovaram que ela levou um tiro no rosto antes de morrer. A polícia ainda investiga se Mércia foi mantida em cativeiro antes de ser assassinada. Testemunhas afirmam ter visto a vítima ao lado do ex-namorado Mizael Bispo dos Santos nas proximidades de uma favela, na periferia de Guarulhos.

 
Por:  Miguel R. Pereira Netto    |      Imprimir