Categoria Politica  Noticia Atualizada em 21-07-2010

Hillary Clinton faz visita inédita à fronteira entre as Coreias
Robert Gates, Hillary Clinton e os ministros Yu Myung-Hwan e Kim Tae-Young
Hillary Clinton faz visita inédita à fronteira entre as Coreias
Foto: AFP

PANMUNJOM, Coreia do Sul — A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, e o secretário de Defesa Robert Gates realizaram nesta quarta-feira uma visita inédita e simbólica à fronteira entre as duas Coreias, para demonstrar apoio a Seul, após uma corveta sul-coreana ter sido torpedeada, um fato atribuído a Pyongyang.

Em Panmunjom, Hillary Clinton e Robert Gates penetraram numa sala de reunião atravessada pela linha de demarcação entre as duas Coreias. Os dois dirigentes puseram os pés bem no final do lado norte-coreano da peça, sob o olhar curioso de um soldado atrás da vidraça.

Panmunjom está situada a 50 quilômetros ao norte de Seul numa faixa desmilitarizada de 4 quilômetros de comprimento, de uma parte a outra da linha de demarcação.

Desde a guerra da Coreia (1950-53), os dois países, que não assinaram armistício e estão ainda, teoricamente, em guerra, são separados por uma zona de fronteira extremamente vigiada, de 240 km.

Ela foi estabelecida no final do conflito para consagrar a partilha entre um Norte sob influência soviética e um Sul apoiado pelos Estados Unidos.

"Após o ataque contra a corveta Cheonan, acho que é particularmente oportuno demonstrar nosso forte apoio à Coreia do Sul, um aliado leal, e de dirigir mensagem muito clara à Coreia do Norte", havia dito Clinton à imprensa, na terça-feira, pouco antes de deixar o Afeganistão.

Ela qualificou sua visita à Coreia do Sul de "verdadeiro testemunho de solidariedade".

Seul e Washington acusam a Coreia do Norte - que desmente com firmeza - de ter torpedeado no dia 26 de março a corveta sul-corena perto da linha de demarcação marítima entre as duas Coreias, causando a morte de 46 marinheiros sul-coreanos.

Pyongyang nega vigorosamente qualquer envolvimento, brandindo a ameaça de uma "guerra total" no caso de novas sanções da ONU.

No dia 9 de julho, o regime escapou de uma acusação direta da parte do Conselho de Segurança da ONU que apenas condenou "o ataque".

Manobras militares navais conjuntas em grande escala entra a Coreia do Sul e os Estados Unidos vão começar domingo, no Mar do Japão, confirmaram os dois países aliados.

O primeiro exercício, de 25 a 28 de julho, mobilizará 8.000 americanos e sul-coreanos, assim como vinte navios e submarinos, entre eles o porta-avião nuclear americano George Washington, assim como 200 aviões, entre eles o caça americano F-22, segundo comunicado do exército americano.

Outras manobras conjuntas, consagradas principalmente à defesa contra submarinos, seguirão nos próximos meses, ao mesmo tempo no Mar do Japão e no Mar Amarelo.

No total, serão realizados 10 exercícios navais nos próximos meses, precisou nesta quarta o ministério sul-coreano da Defesa.

Cerca de 28.000 soldados americanos estão estacionados na Coreia do Sul para apoiar 670.000 soldados sul-coreanos que estão de frente a 1,2 milhão de militares norte-coreanos.

Hillary Clinton faz visita inédita à fronteira entre as Coreias

Robert Gates, Hillary Clinton e os ministros Yu Myung-Hwan e Kim Tae-Young

Fonte: AFP
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir