Categoria Geral  Noticia Atualizada em 05-08-2010

Esgoto a céu aberto, ruas esburacadas, fossa transbordando em Kennedy e 98 milhões para gastar
O Município de Presidente Kennedy vai de vento e poupa rumo ao desenvolvimento e crescimento econômico.
Esgoto a céu aberto, ruas esburacadas, fossa transbordando em Kennedy e 98 milhões para gastar
Foto: Luciana Maximo


Muitas empresas estão anunciando a instalação na pequena cidade de pouco mais de 11mil habitantes. Mas problemas de infraestrutura sobram, o saneamento básico, por exemplo, chega a ser comparado com uma diabete, sem cura. As administrações mudam, no entanto, a solução parece estar longe de acontecer, e quem sofre com isso são os munícipes que pagam os impostos e não ver a coisa funcionar.
No centro da cidade um córrego recebe o esgoto sem tratamento desde que o município existe e para desespero dos moradores da ribeirinha, a galeria de construção não sai do papel, se esbarra em entraves e diversas burocracias.
Não somente o esgoto a céu aberto escorrendo pelo córrego que corta a cidade ao meio, como ruas esburacadas, bem como fossas transbordando no distrito.
Os moradores fazem um apelo ao prefeito municipal Reginaldo Quinta para que resolva os problemas que vem assolando há tempos.
A titulo de informação a Câmara Municipal votou para o ano de 2010 um orçamento na casa de R$ 98 milhões.
Já foi feita a indicação para a construção da galeria do esgoto na área urbana com devido tratamento do esgoto através do requerimento de nº 1042/2009 bem como de outras obras, contudo até o momento o inicio da obra não foi realizado, embora as manilhas estejam já próximo ao córrego.

Rato, barata, cobra, sapo e mosquitos atordoam os moradores da rua Dona Cabocla no centro em Kennedy

Com o esgoto despejado no córrego, vários bichos e insetos acabam por proliferar ao redor, são ratos, cobras, sapos, baratas e mosquitos que atordoam os moradores que residem próximo ao córrego na Rua Dona Cabocla, centro da cidade e não conseguem dormir a noite.
A atendente de farmácia Karina Pinheiro da Silva Freitas, 24 anos, reside disse que mora no local há cinco anos e desde então nunca foi feito nada para resolver o problema do esgoto que corre bem próximo à porta da sua casa.
Perguntada sobre os principais incômodos que o esgoto acaba por provocar Karina não titubeou: "mau cheiro, ratos, cobras, sapos e muito mato aqui em volta. É preciso acabar com isso, por que não constroem uma galeria"? perguntou.
Residindo há mais de 30 anos nas proximidades, a costureira Claudicéia Sedano dos Santos, 55 anos disse que o problema persiste e ninguém nunca fez nada para mudar a situação. Com isso já até se acostumou com o mau cheiro e os insetos, porém, o que não consegue suportar sãos os mosquitos à noite. "Entra prefeito, sai prefeito e é a mesma coisa, ninguém faz nada por isso aqui. É difícil dormir a noite de tanto mosquito", assegurou.
A auxiliar de costura Valmira Galdêncio, 31 anos, que também reside na rua Dona Cabocla desde que nasceu, bem perto do córrego frisou não suportar mais os ratos e o mau cheiro. "Quando chove a coisa fica bem pior, os mosquitos não dão trégua só com repelente é possível dormir. O pior é que as crianças brincam nesta água podre e fedorenta", afirmou.
Opinião semelhante é a do auxiliar de pedreiro Everaldo dos Santos Filhos, 31 anos que também mora na mesma rua. "Isso aqui é terrível, as crianças brincam nessa água suja. Cobra, rato e mosquito saem de todos os lados, e o matagal em volta, o fedor é insuportável. A prefeitura precisa fazer uma galeria o mais rápido possível, não tem mais como agüentar os mosquitos aqui à noite", assegura Everaldo.


Escada é só o que pedem os moradores da rua Manuel Lúcio Gomes

Um imenso buraco no final da rua Manuel Lúcio Gomes, em Presidente Kennedy e a passagem que dá acesso a rua debaixo a Mariano Carlos, ou rua Projetada como também é chamada vem deixando os moradores bem irritados, uma vez que, o engenheiro da Prefeitura já conhece o problema, já foi chamado várias vezes e a construção da escada se esbarra na burocracia. "Ele deu um prazo de 15 dias para começar obra, mas parece que a licitação ainda não ocorreu para que a empreiteira comece a obra. Enquanto isso, vamos escorregar no barranco", disse uma moradora que não quer ter o nome identificado com medo de perder o emprego.
Uma das moradoras da rua que pediu para não ser identificada por trabalhar na administração disse que até já caiu no barranco escorregando vala abaixo e por pouco não se machucou seriamente. Em sua casa reside uma senhora de 72 anos, doente, que não anda, quando precisa ser levada ao médico, só consegue sair na maca, com ajuda de vizinhos.
Sofrem os moradores da rua Manuel Lúcio Gomes que precisam da passagem para descer a rua, sofrem os moradores da Mariano Carlos que precisam subir. De noite é quase impossível descer ou subir e quando chove nem os evangélicos conseguem adentrar ao templo da Igreja Batista Nova Aliança, o barro fica na porta da igreja formado uma camada que só a pá mecânica consegue retirar.
O transtorno é visível nos olhos dos moradores que solicitam uma escada no local há algum tempo.
O problema existe há anos como assegurou uma outra moradora, que já está se acostumando com a vala aberta que deixa o cano de esgoto exposto com vazamento na porta da casa dela.
Enquanto era fotografada a passagem que dá acesso a rua Mariano Carlos a dona de casa Marta Benevides Mota, 62 conversou rapidamente com a reportagem e informou que se chover nem aos cultos ela não consegue frequentar. "O barro desce todo e se aloja na porta da igreja. O calçamento da rua desaparece. Moro aqui há 12 anos e desde então estamos convivendo com isso. Precisamos de uma escada o mais rápido possível. Hoje está impossível de passar por aqui", frisou.
Residem nas ruas diversos funcionários públicos que ficaram intimidados em falar do problema. Um deles ressaltou: " A secretaria competente já conhece o problema e já veio aqui várias vezes. Se o prefeito visse isso já tinha mandado resolver. Se ele visse uma senhora doente que não caminha, já teria ordenado fazer esta escada. Aposto que ele não sabe disso", defendeu o prefeito o guarda municipal.

Fossa transbordando em São Paulinho e esgoto despejado no córrego

É, os problemas existem de fato, as fotos não mentem e nem os moradores. Em São Paulinho, distrito de Kennedy a reportagem deu uma breve parada e conversou com a dona de casa Maria Oliveira Martinhs, 57 anos, que reside bem ao lado de uma fossa que recebe esgoto de mais de 20 residências e agora a situação chegou ao limite.
Na tentativa de encontrar uma solução mais rápida dona Maria acionou na TV que esteve no local e mostrou o caos. Entretanto, como advertiu dona Maria paliativos não resolvem a situação, muito pelo contrário, gera outros problemas, agora ambiental.
O córrego que atravessa os fundos do quintal da casa dela era usado para banho das crianças e adultos no verão, a água era utilizada para lavar roupas e louças, e até para consumo próprio. Agora depois que a prefeitura enviou uma retroescavadeira e abriu a fossa, o esgoto está sendo despejado no córrego que era limpo.
Quando chove, a casa de dona Maria é a primeira a ser prejudicada, o quintal fica alagado de resíduos e o mau cheiro invade. Chegam cobras, ratos, e mosquitos proliferam.
"Já tem uns 15 dias que vieram esgotar a fossa, só fizeram uma abertura para despejar no córrego. Além do mau cheiro, cobra e ratos invadem aqui e muitos mosquitos. Eles podiam dá um jeito nisso, não suportamos mais conviver com essa situação. Antes o córrego era limpo. Tomávamos banho, lavávamos roupas e louças, quem não tinha posto artesiano usava a água até para beber. Agora temos de comprar água, aqui a que é fornecida não tem como ingerir, em época de chuva a fossa esburra e o quintal fica alagado", denunciou dona Maria.

Secretários e engenheiros procurados e não encontrados


Por duas vezes a reportagem foi até a sede da Secretaria Municipal de Obras e de Serviços Urbanos para averiguar com os responsáveis sobre as denúncias recebidas. Pessoalmente fomos à sede das Pastas.
Na de Serviços Urbanos o secretário não foi localizado, bem como na Obras. Fomos informados de que só a partir de segunda-feira após as festividades do Santuário das Neves estariam com tempo a receber a reportagem. Por telefone também não foi possível, a recepção da Prefeitura informou os fones errados dos secretários.

Vigilância Sanitária e ambiental também foram procurados

Em Kenendy é difícil encontrar os responsáveis para apresentar uma resposta aos moradores. O que sobra são funcionários que não sabem de nada, nem mesmo passar uma informação plausível. Nem subsecretários foram localizados. Uns viajando, outros com celular desligado e fora dos locais de trabalho.
Estivemos na Vigilância Sanitária em busca de informação, mas o funcionário que lá estava, perguntou se queríamos remédios para matar os ratos e os mosquitos. Não foi possível conversar com os gerentes e diretores.
Na Vigilância Ambiental, o responsável estava viajando e os funcionários em horário de almoço não souberam informar nada. Passaram os fones das secretarias, no entanto, a tentativa foi em vão. A reportagem espera da Assessoria de Comunicação um possível contato com os secretários para apresentarmos a população respostas a suas solicitações e soluções aos problemas. .

Constituição Federal e os PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1o Esta Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico.
Art. 2o Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos seguintes princípios fundamentais:
I - universalização do acesso;
II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;
III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;
IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;
V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;
VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;
VII - eficiência e sustentabilidade econômica;

























    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Luciana Maximo    |      Imprimir