Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-08-2010

Varejo brasileiro supera previsão em junho e tem semestre re
Varejo nacional registrou resultado positivo pelo segundo mês consecutivo, após forte queda em abril, puxado principlamente pelo setor de Hipermercados, que cresceu 11,9% ante junho de 2009
Varejo brasileiro supera previsão em junho e tem semestre re
Foto: zuretaconcursos.wordpress.com


O volume de vendas no varejo brasileiro cresceu mais que o esperado em junho, fechando o primeiro semestre do ano com alta recorde de 11,5%, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Somente em junho, o aumento das vendas foi de 1% sobre maio e de 11,3% em relação a igual mês do ano passado.

Analistas ouvidos pela Reuters previam alta mês a mês de 0,3% - com previsões entre queda de 0,5% e aumento de 0,9% - e elevação anual de 9,9% - com estimativas de 8,8% a 11%.

O aumento das vendas por dois meses seguidos, após uma queda recorde em abril, confirma que o comércio se recuperou do baque, segundo o IBGE.

"Em abril, achávamos que era um movimento pontual, o que veio a se confirmar agora", disse o economista do IBGE Reinaldo Pereira. "Se a expectativa é de que o País cresça no mínimo 6%, o comércio vai acompanhar esse movimento."

O dado também vem na contramão de outros indicadores recentes da economia brasileira que mostraram desaceleração. Diante desses sinais, o Banco Central (BC) abrandou o ritmo do aperto monetário no País na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em julho.

O IBGE também revisou levemente para cima o dado de maio, que agora mostra aumento de 1,5% das vendas em relação a abril. Inicialmente, a alta informada foi de 1,4%.

No ano, as vendas acumulam alta de 11,5% - "resultado superior não só ao do segundo semestre de 2009 como também de toda a série histórica da pesquisa", iniciada em 2001, de acordo com o IBGE. No segundo trimestre, houve aumento de 10,2% em relação ao ano passado.

Cinco das dez atividades pesquisadas apresentaram variação positiva: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,2%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%); Tecidos, vestuário e calçados (1%); Móveis e eletrodomésticos (0,6%); Veículos e motos, partes e peças (-0,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,9%); Combustíveis e lubrificantes (-1,2%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,3%) e Material de construção (-3,1%).

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que teve crescimento de 11,9% no volume de vendas sobre junho de 2009, é o principal responsável pelo crescimento da taxa do varejo (50%).

"Esse resultado, acima da média, se justifica ainda pelo aumento do poder de compra da população decorrente do crescimento da massa de rendimento real habitual dos ocupados (7,8% sobre junho de 2009, segundo a PME), bem como pelo comportamento dos preços no setor que evoluíram, no acumulado dos últimos 12 meses, em 3,5% no Grupo Alimentação no Domicilio, abaixo da inflação global medida pelo IPCA (4,8%)", explicou o IBGE.

"A renda permeia todas as atividades... Há influência do aumento do emprego e a própria Copa influencia a compra de aparelhos eletrodomésticos, alem do crédito", acrescentou o economista do IBGE.

Dentre os 27 Estados estudados, apenas o Piauí teve resultado negativo na comparação com junho de 2009. As principais altas foram observadas em Tocantins (51,1%), Rondônia (36,2%), Acre (26,4%), Roraima (23,8%), Mato Grosso do Sul (19,5%) e Paraíba (18,4%).

O chamado varejo ampliado, que inclui dados sobre veículos e materiais de construção, ficou estagnado entre maio e junho. O setor de automóveis caiu 0,6%.

"A queda nos automóveis já era esperada com o fim do incentivo do IPI", destacou o economista. "A queda de materiais foi surpreendente porque só se fala no sonho da casa própria. .. Pode ser um primeiro sinal de desaquecimento do setor, mas ainda não temos elementos para confirmar isso."

Frente a 2009, o varejo ampliado avançou 3,4%.

Fonte: Abril
 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir