Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-09-2010

Um morre em protesto contra queima do Alcorão no Afeganistão
Muçulmanos protestam contra as declarações do padre americano, em Jalalabad, no Afeganistão
Um morre em protesto contra queima do Alcorão no Afeganistão
Foto: terra.com.br


Uma pessoa morreu nesta sexta e outras seis ficaram feridas em confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que protestavam em Faizabad (nordeste do Afeganistão) contra o projeto de um pastor evangélico americano de queimar o Alcorão.
Milhares de pessoas saíram indignadas às ruas da cidade, capital da província de Badakhshan, após o fim das rezas nas mesquitas pela festividade do Eid ul-Fitr, que lembra o fim do mês de jejum do Ramadã.
Os manifestantes se reuniram em frente à base da equipe provincial de reconstrução que a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan tem em Faizabad, como indicou à agência afegã AIP.
Nos confrontos posteriores com as forças afegãs de segurança um manifestante civil morreu e outros dois ficaram feridos, assim como quatro policiais tiveram ferimentos.
Os habitantes da cidade queriam expressar sua repulsa ao projeto do pastor radical Terry Jones, da Flórida (EUA), de queimar o Alcorão amanhã, quando se lembra os nove anos dos ataques contra as Torres Gêmeas e outros alvos americanos.
Aqueles atentados, dos quais os EUA responsabilizaram o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, "hóspede" dos talibãs afegãos, levaram à invasão americana do Afeganistão e a derrocada em novembro do regime fundamentalista.
Jones suspendeu ontem seus planos em meio a uma intensa pressão internacional e após receber uma ligação do chefe do Pentágono, Robert Gates, e uma visita do FBI (polícia federal americana).
O pastor disse à imprensa e aos fiéis em Gainesville que recuassem porque os responsáveis de construir um centro islâmico perto do "marco zero" onde ficavam as Torres Gêmeas de Nova York tinham desistido de situar o prédio no local, fato que estes desmentiram.
Jones replicou, então, que reconsiderava sua decisão de cancelar a queima. Na ligação, Gates expressou sua preocupação, pois "a queima do Corão poderia colocar em risco a vida de militares americanos, especialmente no Iraque e no Afeganistão" e pediu que cancelasse a iniciativa, segundo o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell.
Às advertências uniu-se o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que classificou a convocação da queima do Corão como um "ato destrutivo" que ajudará à Al-Qaeda a recrutar combatentes e expõem a mais riscos aos soldados norte-americanos.
As tropas dos EUA compõem o grosso dos 150 mil homens destacados no Afeganistão.

Fonte: Terra
 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir